sábado, 1 de dezembro de 2012

ANOTAÇÕES SOBRE RAÇA, E GRUPO ÉTNICO (ETNIA)


 Resumo elaborado pelo Prof. Antônio Eustáquio de Moura/UNEMAT, campus de Cáceres em novembro 2012

1 – Conceitos

1.1 - Raça

Raça [...] são agrupamentos naturais de homens, que apresentam um conjunto de caracteres físicos hereditários comuns, quaisquer que sejam suas línguas, costumes e nacionalidade (VALLOIS apud MARCONI;PRESOTTO, 1989, p.83

 Raça como conceito biológico se refere a um numero de pessoas que possuem características herdadas comuns [em comum]

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RAÇA

 Hipótese de Como nos tornamos diferentes?             (Supermundo, 2011)

Ao contrário dos chimpanzés e demais primatas, o homem não possui cabelo por todo o corpo. A adaptação provavelmente surgiu por volta de 1,6 milhões de anos atrás para esfriar o corpo de alguns dos nossos primeiros ancestrais, que começavam a se tornar mais ativos e fazer longas caminhadas.

Uma mudança levou a outra: células que produziam melanina, antes restritas a algumas partes descobertas, se espalharam por toda a epiderme. Além de tornar a pele escura, a melanina absorve os raios ultravioletas do Sol e faz com que percam energia.

Os cientistas acreditavam que esse traço havia evoluído para evitar cânceres de pele, mas a teoria esbarrava no fato de que esse mal costuma surgir em idade avançada, depois que as pessoas já tiveram filhos, e, portanto dificilmente alteraria a evolução.

  Até que, em 1991, Nina Joblonski encontrou estudos que mostravam que pessoas de pele clara expostas à forte luz solar tinham níveis muito baixos de folato.

A deficiência dessa substância em mulheres grávidas pode levar a graves problemas de coluna em seus filhos. Além disso, o folato é essencial em atividades que envolvam a proliferação rápida de células, como a produção de espermatozóides.

Nos ambientes próximos à linha do Equador, a pele negra era uma boa forma de manter o nível de folato no corpo, diz a antropóloga.


Enquanto os humanos modernos estavam restritos à África, a melanina funcionava bem para todos. Eles eram um grupo bastante homogêneo, porque, por motivos desconhecidos, os primeiros humanos estiveram perto da extinção há cerca de 200 mil anos, com talvez não mais de 20 mil pessoas.

Posteriormente, a descoberta de novas ferramentas e o crescimento da população tornou a África pequena demais para eles e, cerca de 100 mil anos atrás, os homens modernos chegaram à Ásia. De lá se espalharam para a Oceania, depois para a Europa e, há pelo menos 15 mil anos, à América.

 
Mudanças que ocorreram com os seres humanos                        (Supermundo, 2011)

Nas regiões menos ensolaradas, a pele negra começou a bloquear demais os raios ultravioletas. Esse tipo de radiação é nocivo em quase todos os aspectos, mas tem um papel essencial no organismo: iniciar a formação na pele de vitamina D, necessária para o desenvolvimento do esqueleto e a manutenção do sistema imunológico.

A tendência então foi que populações que migraram para regiões menos ensolaradas desenvolvessem pele mais clara para aumentar a absorção de raios ultravioleta.

Em regiões intermediárias, o truque evolutivo foi o bronzeamento uma camada temporária de melanina para proteger o folato em épocas de sol e produzir vitamina D quando ele não fosse tão forte. Ou seja, de acordo com os novos estudos, a cor da pele é apenas uma forma de regular nutrientes.

Adaptações ao clima afetam primordialmente características superficiais. A interface entre o interior e o exterior tem papel fundamental na troca de calor de dentro para fora, e vice-versa, afirma o geneticista italiano Luigi Luca Cavalli-Sforza, um dos pioneiros no estudo de genética de populações, em seu livro Genes, Povos e Línguas.

Ao se espalhar pelo mundo, os seres humanos tiveram que lidar com todo tipo de ambiente e o principal elemento a se adaptar aos extremos de temperatura, umidade, iluminação e ventos do planeta foi a aparência.

 Exemplos de mudanças ocorridas no corpo dos seres humanos

 Um exemplo é o tamanho do corpo: em regiões quentes é vantajoso ser baixo como os pigmeus ou alongado como os quenianos, com a superfície do corpo grande, quando comparada ao volume, o que facilita a evaporação do suor. O cabelo encarapinhado ajuda a reter o suor no couro cabeludo e a resfriá-lo. O oposto ocorre em regiões frias como a Sibéria.

O corpo e a cabeça dos mongóis, que se desenvolveram por lá, tendem a ser arredondados para guardar calor, o nariz, pequeno para não congelar, com narinas estreitas para aquecer o ar que chega aos pulmões, e os olhos, alongados e protegidos do vento por dobras de pele.

A origem de muitas características, no entanto, permanece desconhecida. Muitas delas podem ter surgido por serem consideradas belas ou simplesmente por acaso.                    (Supermundo, 2011)
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“Raças” de seres humanos                     

Um fato amplamente aceito é que todos os seres humanos pertencem ao mesmo gênero ,Homo, e a mesma espécie , sapiens.

Raça [...] são agrupamentos naturais de homens, que apresentam um conjunto de caracteres fisicos hereditários comuns, quaisquer que sejam suas línguas, costumes e nacionalidade (VALLOIS, apud MARCONI;PRESOTTO, 1989, p.83

Existem varias tentativas de classificarem os seres humanos em raças.   (MARCONI;PRESOTTO, 1989, p.81)

Linneu,naturalista sueco, em 1758, classificou os seres humanos em quatro grupos.

            - o homem europeu

            - o homem americano

            - o homem asiático

            - o homem africano

Esta classificação levou em conta aspectos físicos e sociais

Em algumas classificações os seres humanos são divididos em stocks ou subespécies. (MARCONI;PRESOTTO, 1989, p.83)

Os antropólogos aceitam [existem questionamentos] a classificação das raças principais em:      (MARCONI;PRESOTTO, 1989, p.83)

                        - caucasóide (branca)

                        - mongolóide (asiática)

                        - negróide ( africana)

As divergências surgem quando se referem às raças secundárias ou sub-raças.

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Existem diversas outras classificações das “raças humanas”            (Raças Humanas In Wikipédia. Acesso em Nov. 2011)

A titulo de exemplo: apresentamos a de N. Tcheboquessarov , que é mais detalhada do que a elaborada por Lineu e envolve aspectos físicos e geográficos para classificar os seres humanos

Os grupos humanos possuem uma classificação proposta por N. Tcheboquessarov como:

  • afro-aceânica ou negróide;
  • euro-asiática ou europóide;
  • asiático-americana ou mongolóde.

A Raça Negróide                              (Raças Humanas In Wikipédia. Acesso em Nov. 2011)

Suas características são: pele escura, cabelos e olhos escuros, cabelo crespo, sistema piloso do rosto e corpo pouco desenvolvido, largura da face pequena, nariz achatado e de abas largas, lábios grossos.

O núcleo principal dessa raça situa-se no continente africano, por isso, é chamado de “Continente Negro”. O ramo ocidental da grande raça equatorial é constituído pela negróide ou africano.

As características dos negróides africanos:

  • cara pequena, um tanto quanto achatada;
  • testa alta e reta;
  • olhos grandes, cor castanha escura;
  • nariz chato;
  • lábios grossos;
  • estatura variada;
  • membros inferiores longos.

Dentro dessa raça encontramos tipos que possuem uma distinção dos negros sudaneses em relação as características: uns com a pele mais clara, outros com nariz mais afilado, outros com lábios de grossura média, outros de baixa estatura. Os negros do alto Nilo são os mais altos do mundo, porque possuem uma estatura de 180 cm.

O ramo oriental da grande raça equatorial é constituída pela raça austrolóide, também chamada oceânica. Os das Ilhas Salomão assemelham-se tanto aos negros africanos que os antropólogos não distinguem uns dos outros.

As características da maioria dos australianos são:

pele pardo-escura;
  • cabelo preto ondulado;
  • sistema piloso corporal desenvolvido;
  • cara estreita e baixa;
  • olhos de cor castanho-escuro;
  • nariz grande;
  • lábios grossos;
  • cabeça alongada;
  • estatura superior à média e, mesmo, alta.

Os australianos não constituem um grupo racial isolado, apesar de que na escala da evolução, alguns cientistas reacionários colocam os australianos muito baixo, e isso não tem lógica, uma vez que eles são uma raça moderna e desenvolvida quanto as outras mais.


A Raça Europóide
                                      (Raças Humanas In Wikipédia. Acesso em Nov. 2011)

Essa raça é muito numerosa, constitui 50% da humanidade. O núcleo principal da raça, branca encontra-se no Velho Mundo: Europa, Ásia e no norte da África.

Características da raça europóide:

  • pele entre clara e quase chocolate, com uma coloração rosada nas faces;
  • cabelo mole, ondulado ou liso com várias colorações desde louro ao negro;
  •  testa reta;
  • face ortognata;
  • olhos horizontais, castanhos ou claros;
  • nariz afilado;
  • lábios delgados;
  • queixo mediano;
  • forma da cabeça muito variada: braquicéfalo, mesocéfalo e dolicocéfalo.

A raça europóide divide-se em duas raças: meridional ou indo-mediterrânea e a setentrional ou atlanto-báltica.

A raça meridional é de pele, cabelos e olhos escuros,

A raça setentrional a pele, cabelos e olhos são mais claros.

Os que representam a raça meridional ou indo-mediterrâneo são: indus, tadjiques, armênios, gregos, árabes, italianos e espanhóis,

Suas características são: cabelo negro ondulado, olhos castanhos, nariz de dorso encurvado, rosto estreito e cabeça de forma dolicocéfala ou mesocéfala.

A raça setentrional ou atlanto-báltico são representadas pelos russos, bielo-russos, poloneses, noruegueses, alemães, ingleses e povos que vivem mais para o norte

Suas características são: pele clara, cabelos loiros ou ruivos, olhos cinzentos ou azuis, nariz comprido e estatura elevada.


A Raça Mongolóide                                     (
Raças Humanas In Wikipédia. Acesso em Nov. 2011)

A raça mongolóide compreende cerca de 40% da população terrestre e a metade é chinesa.

Habitam na Ásia, nas regiões setentrionais, orientais, centrais e sul-orientais, e estende-se pela Oceania e Continente Americano.

Muitos de seu grupo formam parte da população das regiões asiáticas da URSS: iacutos, buriatos, tunguses, tchuquetches, tuvinos, altaios, ilacos, aleutas, esquimós asiáticos.

Características dessa raça amarela são: pele clara ou bronzeada, cabelos duros, lisos e pretos, sistema piloso corporal pouco desenvolvido.

Os mongolóides setentrionais possuem as características: rosto grande, olhos castanhos, nariz de largura mediana. Lábios delgados, queixos mediano, e na maioria dos casos cabeça mesocéfala.

A raça mongolóide divide-se em três raças:                                     (Raças Humanas In Wikipédia. Acesso em Nov. 2011)

  • setentrional ou asiático-continental = também chamados de centro-asiáticos, são conhecidos os buriatos e os mongóis. São típicos por terem a cor da pele, cabelos e dos olhos mais clara, os cabelos menos duros, lábios delgados e rosto grande e chato.
  • meridional ou asiático-pacífico = são seus representantes os malaios, javaneses e habitantes das Ilhas de Sonda. Suas características são: pele bronzeada, rosto estreito e baixo, lábios grossos, nariz largo, cabelo às vezes, ondulado, estatura inferior à dos setentrionais e menor do que a dos chineses.
  • americano (índios) = suas características são: cabelo reto e rígido e de cor negra ; sistema piloso corporal pouco desenvolvido, pele com coloração amarelo-parda, olhos castanho-escuro e rosto largo.

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 Relação entre “Raças humanas” e comportamento, cultura dos seres humanos

A interpretação racial da variação social e cultural assevera que essas características biológicas explicam o nível e a natureza de uma cultura particular, a forma de governo ou a freqüência de vários padrões de comportamento.  (CHINOY, 1973, p.100)

A tentativa de ligar as diferenças biológicas à variações sociais e culturais ocorreu no século XIX, através das obras do conde Arthur de Gobineau, aristocrata francês e seu adepto Houston Stewart Chamberlain.  

De acordo com tais teorias, a civilização européia era superior à do resto do mundo por causada superioridade inata do homem branco       (CHINOY, 1973, p.100)

Provas contra a existência de “raças de seres humanos” (contra o conceito biológico de raças)        (CHINOY, 1973, p.101)

1 – Os traços biológicos empregados na identificação das raças variam amplamente, não só dentro dos grupos, como também entre eles

2 – Em cada traço empregado para a classificação racial as medias diferem, mas os extremos se sobrepõem

3 – Os traços utilizados para a classificação de uma raça nem sempre abrangem a maioria das pessoas incluídas como sendo da referida raça.  Exemplo – Em um estudo realizado na Suécia apenas 11% estavam de acordo com o tipo nórdico “puro”, alto, de olhos azuis, loiros, de cabeça alongada, embora os suecos sejam considerados uma das mais nórdicas entre as populações européias.

4 – A história humana está cheia de misturas raciais e as atuais categorias raciais incluem muitos indivíduos não racialmente “puros”               

Os dados antropológicos, sociológicos e históricos proporcionam um testemunho esmagador de que se encontram culturas semelhantes entre pessoas com características físicas muito diferentes entre pessoas com características físicas muito diferentes, e que a cultura e a organização social podem mudar rapidamente, e que a cultura e a organização social podem mudar rapidamente sem qualquer mudança correspondente de identidade racial.   (CHINOY, 1973, p.102)


Critica ao conceito de “raças humanas” feito por Ernest Renan                  (Raça In Wikipédia. Acesso em Nov. 2011)

A verdade é que não há uma raça pura e que apoiar a política na análise etnográfica é fazer dela uma quimera. Os mais nobres países, a Inglaterra, a França, a Itália, são aqueles com mais mistura de sangue. A Alemanha faria a esse respeito uma exceção? Seria ela um país germânico puro? Que ilusão! Todo o sul foi gaulês. Todo o leste, a partir do Elba, é eslavo. E as partes que se pretendem realmente puras o seriam realmente? Tocamos aqui em problemas sobre os quais é mais importante se ter as idéias claras e prevenir os mal entendidos.

Conceito de Raça utilizado na Sociedade (como referencia utilizada nas relações sociais)

Os dados antropológicos, sociológicos e históricos proporcionam um testemunho esmagador de que se encontram culturas semelhantes entre pessoas com características físicas muito diferentes entre pessoas com características físicas muito diferentes, e que a cultura e a organização social podem mudar rapidamente, e que a cultura e a organização social podem mudar rapidamente sem qualquer mudança correspondente de identidade racial.   (CHINOY,1973, p.102)

As características raciais não determinam as características culturais e sociais de uma população, mas não podem ser totalmente excluídas da analise sociológica [antropológica].                                   (CHINOY,1973, p.102)

Proporcionam algumas “pistas” biológicas de que uma cultura se apodera e usa.

Os seres humanos revelam atitudes e sentimentos em relação às características raciais das outras pessoas, estabelecendo suas relações baseados em diferenças raciais.   Justificam tal comportamento com teorias complexas de raças, ou com citações bíblicas para provar que Deus pretendia que pretos e brancos vivessem separados.                     

O autor faz uma observação de que não somente as características raciais, mas também outros traços físicos chegam a ter, freqüentemente, significação social.       (CHINOY,1973, p 102 – 103)

A aparência física, portanto, torna-se elemento cuja significação sociológica [antropológica] depende dos sentimentos e valores que lhe são atribuídos

A analise sociológica [antropológica] de idéias raciais difere da analise biológica das características raciais.

Os sociólogos [antropólogos] interessam-se pelas opiniões e atitudes das pessoas em relação à raça e a grupos raciais [e étnicos] específicos e pela maneira por que elas influem no comportamento e na estrutura social. (CHINOY,1973, p. 103)

[Raça no social]                                                                  

Qualquer que seja a conclusão a que os médicos e biólogos cheguem, as raças vão continuar existindo para quem estuda as ciências humanas.

Os brasileiros acreditam em raças e agem de acordo com elas. Então elas existem, afirma o sociólogo Antonio Sérgio Alfredo Guimarães, da USP.

Elas são uma categoria de exclusão e dominação que traz problemas na realidade. Mesmo que não existam biologicamente, elas criam vítimas, diz o antropólogo Kabengele Munanga, também da USP. Ou seja, ao menos na cabeça das pessoas, as raças são bem reais.

Racismo, preconceito, discriminação racial

A Europa, e o ocidente em geral, conheceu duas utilizações políticas do conceito de "raça" que hoje em dia são particularmente rechaçadas:                          (Raças Humanas In Wikipédia. Acesso em Nov. 2011)

·         a categorização seguida da hierarquização dos grupos humanos serviu de justificativa aos colonizadores europeus para a anexação de novas terras (noção de "raças inferiores"). A experiência de seu encontro com as culturas autóctones era relatada à metropole de forma particularmente parcial: as terras colonizadas eram vistas como repletas de selvagens incultos, inferiores de todos os pontos de vista em relação ao colonizador que, bom e generoso que era, se dedicava em lhes trazer as luzes e benesses da civilização. Essas histórias alimentaram as teorias racistas e justificaram as discriminações de que eram vítimas os povos colonizados. Trata-se do racismo colonial.

·         a noção de "degeneração da raça" foi particularmente usada no discurso eugenista, inicialmente desenvolvido por Francis Galton e levado também para a França por Georges Vacher de Lapouge.


Depois do Nazismo, a UNESCO publicou um estudo intitulado The Race Question reunindo grande número de estudiosos e pensadores, que refuta a noção de raça humana por que ela perdeu qualquer interesse científico ou validade antropológica. Claude Lévi-Strauss participaria deste estudo.                 (Raças Humanas In Wikipédia. Acesso em Nov. 2011)

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Racismo

Dados do livro “Superando o racismo na escola” de Kabengele Munanga

Racismo

“[...] a teoria ou idéia que existe uma relação de causa e efeito entre as características físicas herdadas por uma pessoa e certos traços de sua personalidade, inteligência ou cultura. E, somados a isso, a noção de que certas raças são naturalmente inferiores ou superiores a outras” (BEATO apud SANT’ANA, In: MUNANGA, 2001, p.53)

“Racismo é a suposição de que há raças e, em seguida, a caracterização bio-genética de fenômenos puramente sociais e culturais. É também uma modalidade de dominação ou, antes, uma maneira de justificar a dominação de um grupo sobre outro, inspiradas nas diferenças fenotípicas de nossa espécie” (SANTOS apud SANT’ANA, In: MUNANGA, 2001, p.53)

“È uma ideologia que postula a existência de hierarquia entre grupos humanos”

Discriminação racial “[...] significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferências baseadas em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica, que tenha como objeto ou efeito anular ou restringir o reconhecimento, o gozo ou exercício, em condições de igualdade, dos direitos humanos e liberdades fundamentais no domínio político, social ou cultural, ou em qualquer domínio da vida publica” (ONU apud SANT’ANA, In: MUNANGA, 2001, p.56)

 
Preconceito

“Preconceito é uma opinião preestabelecida, que é imposta pelo meio, época e educação. Ele regula as relações de uma pessoa com a sociedade.  Ao regular ele permeia toda a sociedade, tornando-a uma espécie de regulador de todas as relações humanas.  “Ele pode ser definido, também, como uma indisposição, um julgamento prévio, negativo, que se faz de pessoas estigmatizadas por estereótipos” (SANT’ANA, In: MUNANGA,  2001, p.54)

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Porque o termo Etnia (grupo étnico) é mais adequado do que o conceito de Raça 

Os etnólogos estimam que, postas de lado as supostas diferenças genéticas e fenotípicas, as populações humanas são principalmente diferenciadas pelos seus usos e costumes, que são transmitidos de geração em geração. A espécie humana se caracteriza então por uma forte dimensão cultural. É por isso que o conceito de etnia é hoje em dia preferido ao conceito de raça em etnologia. As diferenças culturais permitem definir um grande número de etnias.   (Raças Humanas In Wikipédia. Acesso em Nov. 2011)

 Grupo Étnico (ETNIA)

Dicionário de Relações Étnicas e Raciais Ellis Cashmore

“[...] descreve um grupo possuidor de algum grau de coerência e solidariedade, composto por pessoas conscientes, ao menos em forma latente, de terem origens e interesses comuns”

(CASHMORE, 2000,p.196)

“[...] um grupo étnico não é um mero agrupamento de pessoas ou de um setor da população, mas um agregado consciente de pessoas unidas ou proximamente relacionadas por experiências compartilhadas”   p. 196

1) a privação material é a condição mais fértil para o crescimento da etnia;

2) o “grupo étnico” não tem de ser uma “raça” no sentido de ser visto pelos outros como algo inferior, apesar de haver uma forte superposição desses dois conceitos, e muito freqüentemente designados por outros como uma “raça”;

3) a etnia pode ser usada para vários propósitos diferentes – algumas vezes, como um manifesto, um instrumento político, outras, como simples estratégia de defesa diante da adversidade;

4) a etnia pode vir a ser uma linha divisória cada vez mais importante na sociedade, embora, nunca esteja inteiramente desconectada dos fatores de classe. (CASHMORE, 2000,p.202 -203).

Grupo Étnico – conceito e características

De acordo com Weber Grupos étnicos são grupos que alimentam uma crença subjetiva em uma comunidade de origem fundada nas semelhanças de aparência externa ou dos costumes, ou dos dois, ou nas lembranças da colonização ou da migração,nutrem uma crença subjetiva na procedencia comum de tal modo que ela se torna importante para propagação  de relações comunitárias  pouco importando que uma comunidade de sangue exista ou não objetivamente (2000,p.270).

Ponderações de Weber

- um grupo étnico não é necessariamente homogêneo, em um mesmo grupo étnico podem existir grandes diferenças na aparência física, e diferenças culturais

- os grupos étnicos não pressupõem uma real atividade comunitária

[As pessoas de um grupo] depois de se conscientizarem de suas dificuldades comuns, a resposta desses povos pode ser a geração de estabilidade, apoio e conforto para aqueles que passam por experiências semelhantes. “Ao enfatizar as características de suas vidas, passadas ou presentes, eles compartilham, definem limites dentro dos quais podem desenvolver seus próprios costumes, crenças, e instituições – em resumo, sua própria cultura.” p.197

O grupo étnico é um fenômeno cultural, mesmo sendo baseado originalmente numa percepção comum e numa experiência de circunstâncias materiais desfavoráveis.

Raça X Grupo étnico (etnia)

Existe uma relação entre um grupo considerado “raça” distinta pela população dominante e o grupo que se considera um povo unificado, que compartilha uma experiência comum.

O termo “raça” refere-se aos atributos dados [atributos transmitidos geneticamente] a um determinado grupo

O termo “grupo étnico” refere-se à uma resposta criativa de um povo que, de alguma maneira, se sente marginalizado pela sociedade

Em resumo:

(1) etnia é o termo usado para abranger vários tipos de resposta de diferentes grupos;

(2) o grupo étnico baseia-se nas apreensões subjetivas comuns, seja das de origens, interesses ou futuro (ou ainda uma combinação destes);

3) a privação material é a condição mais fértil para o crescimento da etnia;

4) o “grupo étnico” não tem de ser uma “raça” no sentido de ser visto pelos outros como algo inferior, apesar de haver uma forte superposição desses dois conceitos, e muito freqüentemente designados por outros como uma “raça”;

5) a etnia pode ser usada para vários propósitos diferentes – algumas vezes, como um manifesto, um instrumento político, outras, como simples estratégia de defesa diante da adversidade;

6) a etnia pode vir a ser uma linha divisória cada vez mais importante na sociedade, embora, nunca esteja inteiramente desconectada dos fatores de classe. 202 -203.

FONTES

CASHMORE, Ellis et. al. Dicionário de Relações Étnicas e Raciais. São Paulo:Summus, 2000.

 

CHINOY, Eli. Sociedade: uma introdução à sociologia. 3.ed. São Paulo: Cultrix,1973.

 

MARCONI, Marina de Andrade; PRESOTTO, Zélia Maria Neves. Antropologia: uma Introdução.  2.ed. São Paulo: Atlas, 1989. p. 81-85.

 

MUNANGA, Kabengele (Org.) Superando o Racismo na Escola. 3. ed. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Fundamental, 2001.

 

Wikipedia. Raças Humanas. Disponível em:< http://pt.wikipedia.org/wiki/Ra%C3%A7as_humanas >.Acesso em: 12 maio 2011.

 

Supermundo.Vencendo na Raça. Disponível em<http://super.abril.com.br/superarquivo/2003/conteudo_122787.shtml>. Acesso em:20 mar. 2011

 

WEBER, Max.   Economia e Sociedade. 4.ed. volume 1. Brasília: Editora da Universidade de Brasilia, 2000.

sábado, 24 de novembro de 2012

QUAIS TENSÕES, CONFLITOS E CONTRADIÇÕES ESTÃO PRESENTES NO CONTEXTO DA ESCOLA, RELATIVO À DIVERSIDADE CUITURAL E NO CURRICULO ESCOLAR?


UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

CAMPOS UNIVERSITARIO DE CÁCERES “JANE VANINI”

DEPARTAMENTO DE PEDAGOGIA

DISCIPLINA: PESQUISA E EDUCAÇÃO

7º SEMESTRE

DOCENTE: Dr. ELIZETH GONZAGA DOS SANTOS LIMA

 

 

 

 

 

 DISCENTES: Carla Fabiane Pantaleão

Gleice B. C. Poquiviqui

Icelli Rosa dos Santos

Regina da S. Carvalho

Rosana da Cruz Alves

Sandriele Ortega Dias

 

 

 

 

 

QUAIS TENSÕES, CONFLITOS E CONTRADIÇÕES ESTÃO PRESENTES NO CONTEXTO DA ESCOLA, RELATIVO À DIVERSIDADE CUITURAL E NO CURRICULO ESCOLAR?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                   Cáceres-MT/2012

INTRODUÇÃO

 

                                                                                           

            A pesquisa em educação deve partir do conhecimento cotidiano vivenciado pelo aluno, onde pode se desenvolver de maneira lógica racional, o pensamento reflexivo contribuindo para o desenvolvimento de sua razão para os fatos e a resolução dos problemas práticos. No entanto se torna necessário a busca de alternativas para que os professores formem adultos críticos e éticos capazes de respeitar e conviver com as diferenças existe em nossa sociedade. Porém se entendermos o espaço escolar como um espaço destinado a embates ou discussões, e se acreditarmos que o fazer pedagógico é uma ação de política cultural, podemos defender a idéia que a escola é uma local privilegiado para a ampliação das habilidades e capacidades humanas, de modo a contribuir para que os diferentes indivíduos que nela desempenham seus papéis sociais possam elaborar suas intervenções na formação de suas próprias cidadanias, trabalhar a diversidade é excessivamente importante para formação do caráter do ser humano.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

DIVERSIDADE, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO.

 

 

            Estimular e compreender a diversidade presente em nossa sociedade é um grande desafio que se faz presente, principalmente na educação. Nesse contexto, nós educadores, temos a tarefa de mostrar no ambiente escolar as contribuições positivas que os alunos podem trazer, envolvendo toda a comunidade escolar e estimulando o debate para a construção de uma escola realmente para todos. Uma educação sem fronteiras e que trabalhe no sentido de entender as diferenças existentes, não é tarefa fácil, requer preparo por parte do professor, uma vez que para lidar com as adversidades é necessário compreender como elas se manifestam e em que contexto. Entretanto o professor que acolhe seus alunos, sendo um professor reflexivo que percebe e respeita as diferenças de cada um, constrói um ambiente de igualdade, sem fronteiras e propicia uma segurança que refletirá em um melhor e maior aprendizado.

            Ao questionar a educação e sua aplicabilidade, o papel do docente face às transformações sociais é principalmente a real necessidade da consciência do educador na sua ação docente. As diferenças oferecem uma grande oportunidade para o aprendizado, oferecendo recursos livres, abundantes e renováveis. A diversidade, em suas múltiplas formas, é celebrada em instituições de ensino com características inclusivas. As oportunidades de se capitalizar os benefícios da diversidade não devem somente ser focalizadas nos alunos. Por tanto a educação em direitos humanos é destinadas, a estarem presentes em todas as atividades humanas, no cotidiano de cada individuo, para informar a todos sobre seus direitos e responsabilidades, assim todos os ambientes sociais se tornam importantes a realização desse senso humanitário e as escolas têm grande parte, nessa prática.

            Assim a escola tem como função social, de disseminar e sistematizar, os conhecimentos historicamente, elaborados e compartilhados por uma determinada sociedade, neste sentido segundo a autora Silveira, afirmar que a educação comporta processos socializadores, de uma cultura em direitos humanos com a capacidade de formar os sujeitos na perspectiva de se tornarem agentes de defesa e de proteção dos direitos humanos.

            É preciso que se promova a ruptura do processo de reprodução das estruturas excludentes que nos cercam e, de certa forma, nos sufocam de preconceitos. Para reconhecer e assumir a diversidade há de se redimensionar o olhar, desalojando o instituído. Olhar a diferença no sentido de perceber que ela rotula, marca, discrimina, é tão importante quanto olhar para além da diferença, não permitindo que ela se coloque como poderosa força de exclusão não permitindo que o aluno conviva com o diferente, respeitando as diversidades existentes na escola, na sociedade, até mesmo no ambiente familiar.

            Que possamos fazer parte do grupo de pessoas preocupadas em combater a lógica da cultura do preconceito, que desejam a ruptura dos processos de reprodução ideológica, a desconstrução das verdades instituídas e o desafio de lutar por uma sociedade e uma escola melhor para todos. Para o trabalho ser bem sucedido, as diferenças devem ser reconhecidas como um recurso positivo, pois somente assim estaríamos requerendo a mudança dos paradigmas que ainda estão longe dessa percepção. O termo diversidade diz respeito à variedade e convivência de idéias, características ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto, situação ou ambiente.

            A idéia de diversidade está ligada aos conceitos de pluralidade, multiplicidade, diferentes ângulos de visão ou de abordagem, heterogeneidade e variedade. E, muitas vezes, também, pode ser encontrada na comunhão de contrários, na intersecção de diferenças, ou ainda, na tolerância mútua. No campo do Pensamento humano, a diversidade filosófica e a diversidade de opiniões ou pontos de vista sobre certo assunto; no campo da Antropologia Cultural, a diversidade de hábitos, costumes, comportamentos, crenças e valores, e a aceitação da diferença no outro (chamada de alteridade).

            A religião é um assunto de extrema importância a ser trabalhado em sala de aula um campo amplo da diversidade. Nos últimos 200 anos, novos movimentos religiosos floresceram. Nunca houve tanta diversidade de correntes religiosas como agora. Em países que receberam múltiplas influências culturais, como o Brasil, é sempre difícil respeitar o que não conhecemos. E, quando tratamos do complexo mundo das crenças, experimentamos dificuldades de compreensão, entendimento e respeito às religiosidades alheias. Daí a importância do diálogo, pois é ele que nos permite a troca, o conhecimento e o reconhecimento das vivências religiosas dos outros.

É que, tanto no senso comum como em muitos circuitos intelectuais, essas religiões não desfrutam do mesmo status de outras – por exemplo, o catolicismo, cuja história tem sido fartamente registrada e, em muitos casos, divulgada nas escolas como parte dos currículos de algumas disciplinas oficiais ou como matéria principal do ensino religioso facultativo. (Ibidem)

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            Por outro lado, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) explicita que o ensino religioso nas escolas de Ensino Fundamental é parte integrante da formação básica do cidadão, tendo matrícula facultativa e devendo ser multiconfessional, o que significa que todas as religiões devem ter as mesmas oportunidades de estudo. O período em que as aulas devem ser ministradas não foi definido formalmente. O ideal é que elas aconteçam no turno inverso ao das aulas regulares.

            Entre os especialistas, esse tema gera um embate. Há os que defendem que os estabelecimentos públicos não podem servir de espaço para a pregação religiosa e os que argumentam que a escola tem a obrigação de oferecer tal ensino dentro da proposta curricular regular. Esse debate continua em curso e acaba potencializado pelas diferentes interpretações da lei. "Definições sobre a forma de financiamento, perfil dos professores, horário das aulas e conteúdo a ser trabalhado ficaram, sob responsabilidade dos sistemas de ensino, estaduais e municipais”, Segunda a autora Lúcia Lodi, do Ministério da Educação (MEC).  Explica que dessa forma, os profissionais da educação peçam informações para saber como organizar o ensino religioso em sua unidade, evitando ações sem respaldo legal. É importante, de qualquer maneira, refletir sobre seu papel na construção da espiritualidade dos estudantes. “Uma coisa é certa: o respeito mútuo, a não violência e a compreensão não têm relação direta com a religião”. São valores que podem ser ensinados independentemente de crenças.

            Ao questionar nas escolas temas sobre gênero e sexualidade o assunto é abordado de maneira cuidadosa pela questão de serem conteúdos amplos, muitos professores não se sentem preparados para relacionar esses temas em seus trabalhos docentes, principalmente quando se trata de alunos das series inicias (1° ao 5°) ano, na nossa observação nos constatamos que alguns profissionais de educação não se comprometem, ou não se sentem capazes ou à vontade para tratá-lo de forma adequada e aberta com seus alunos.

            A escola tem como responsabilidade prezar pela saúde de seus alunos e, sobretudo, formar cidadãos conscientes, críticos e responsáveis, tanto em uma dimensão individual quanto social. A educação sexual, no meio escolar, é um componente primordial para a construção desse cidadão, bem como na prevenção de agravos à saúde e à integridade física e mental dos estudantes, desconstruindo mitos, tabus e preconceitos. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), visando uma educação voltada para a construção da cidadania, propõem, em forma de temas transversais, a inclusão da orientação sexual no currículo escolar. Neles, a sexualidade é considerada como algo inerente à vida e à saúde, e deve ser entendida como um processo de intervenção pedagógica, que tem como objetivo transmitir informações e problematizar questões a ela relacionadas, crenças posturas, tabus e valores.

            O educador, atento às manifestações anteriormente citadas, pode, ainda, ajudar a criança e o adolescente a se prevenirem ou se libertarem de uma situação de violência ou de abuso sexual. Pois certas atitudes do estudante são como um grito de socorro, que grande parte os educadores não consegue ouvir, devido aos preconceitos e à ignorância diante de determinados comportamentos relacionados à gênero  e sexualidade.

            Portanto, se os gestores, em todas as instâncias, assumissem o compromisso de fortalecer a implantação dos projetos preconizados pelas políticas públicas em educação e saúde, haveria a garantia de uma educação libertadora baseada na cidadania, na democracia, na igualdade e na justiça social. Os educadores não deveriam, porém, esperar as condições ideais de trabalho para impulsionar as transformações na abordagem integral do educando e a escola deve buscar meios de desenvolver com êxito o seu importante papel na formação do estudante.

                A questão racial é conteúdo obrigatório no currículo escolar. A Lei 10.639, de 2003, decretou a inclusão do ensino da História e da cultura afro-brasileiras no Ensino Fundamental e Médio. E a lei passou a valer para todos os níveis da Educação Básica com a instituição das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais. Nos como educadoras devemos ter como principal o objetivo de não, desprezar um determinado tipo de cultura ou dizer que uma é melhor do que outra. "Cabe à escola dar oportunidade para todos conhecerem a cultura afro e entenderem que ela faz parte da cultura brasileira",

             A escola é hoje um local ideal para promovermos um encontro de direitos, como de pais, alunos, professores, servidores, gestores e colaboradores da comunidade. É um ponto ideal para um estágio de sociabilidade. E isto pode definir como encontro de diversidades. De acordo com Santos (2005, p. 14), “A discriminação racial se reproduz em vários contextos sociais das relações entre negros e brancos”. Nesse contexto a escola não se encontra isenta dessas reproduções. Muito embora ela não Seja meramente reprodutora de tais relações, acaba por refletir as tramas sociais existentes no espaço macro da sociedade.

Conhecimentos e habilidades: compreender os direitos humanos e os mecanismos existentes para sua proteção, assim como incentivar o exercício de habilidades na vida cotidiana; valores, atitudes e comportamentos: desenvolver valores e fortalecer atitudes e comportamentos que respeitem os direitos humanos; ações: desencadear atividades para formação, defesa e reparação das violações aos direitos humanos. (PNEDH, 2007, p.23)

 

            Neste sentido as constantes situações de discriminação e preconceito constatadas no dia a dia provocam em nós inquietações e mostram a necessidade de buscar explicações. Não é fácil encontrar respostas claras e diretas para entender essas situações, devido à complexidade que envolve este tema, mas elas podem fornecer pistas e entendimentos que ajudarão a melhorar o trabalho no cotidiano escolar. Onde o papel do professor e da família é desenvolver metodologias, participativas e de construção coletiva, assim fortalecendo as praticas individuais e coletivas que gerem ações e proteção da defesa dos direitos, humanos, articulando-se no contexto escolar, para promover uma formação de uma consciência cidadã, capaz de se fazer presente nos níveis cognitivos, social, ético e político.

 

 

 

ENTERVISTA COM PROFESSORES DO 1° AO 5ºANO SOBRE DIVERSIDADE NA ESCOLA

Metodologia:

            Os critérios metodológicos da pesquisa foram observações e entrevista estruturadas em questões abaixo elencadas dirigidas aos professores do ensino fundamental do 1º ao 5º durante o período de estágio em duas escolas, sendo uma estadual e a outra municipal. Como eixo da entrevista:

 Como é que os professores estão trabalhando a diversidade cultural no currículo escolar relacionado à:

 

         Livros Didáticos;

         Orientações sobre Sexualidade;

         Gênero;

         Afro Brasileiro;

         Indígenas;

         Religiosidade.           

 

1° Entrevistado- São poucos os livros que vem relacinando a questão da diversidade, quando se trata da sexualidade, é complicado, pois os alunos interpretam de outra maneira. A religião esta sendo inserida, ainda somente ataves do dialogo (cristã e não cristã). Quanto questão racial existem conflitos entre os alunos, mas eu como educador procuro amenisar, no entanto não foi trabalhado, nenhum tipo de filme relacionado a questão racial.

 

2º Entrevistada- Pouco se trabalha a questão da sexualidade e diversidade, pois são temas delicados que exigem cuidado ao serem inseridos nas aulas, ainda mais se tratando de crianças de series iniciais. Já quando se trata de religião e questão racial existe aulas de ensino religioso, que abordam alguns temas sobre religião mas é bem superficial, já sobre racismo tem as aulas de historias, os livros didaticos, mas não entram a fundo nesse assunto, a questão de genero se trabalha mais com a individualidade meninas para um lado e meninos para outro, cada qual no seu espaço.

 

3° Entrevistada- Uso coleção, mas no momento não me lembro do nome da coleção, a sexualidade quando percebida tenta esclarecer de maneira sútil ou de forma bem sucinta não falando abertamente para não provocar espantos, no gênero conto histórinhas retratando que meninos devem embelezar as meninas, porque elas são as flores do jardim e os meninos são inteligentes, e são as crianças que se separam na sala, quanto a questão étnica racial trabalho normal como se todos fossem iguais, a sala não demonstra discriminação, a religiosidade não olho isso, mas dou vital importância para o relacionamento entre eles.

 

4° Entrevistada- Sexualidade: é trabalhado o respeito, responsabilidade e os cuidados com o corpo.

Gênero: fala apenas a questão da separação do banheiro, e que um deve respeitar o espaço do outro.

Afro brasileiro: é trabalhado mostrando que somos todos iguais índios, afro-decendentes, brancos e pardos.

Religião: fala de todas as religiões cristãs, não fala da religião não cristã

 

5° Entrevistada- Trabalho muito poucpo poís os livros não contém muita coisa sobre a diversidade. A respeito da sexualidade somente entre conversa.

Gênero: trabalho com eles de forma de filas meninos de um lado e meninas do outro racial: conteúdo oral, exemplo: não chamaros colegas por apelidos.

Religiosidade: trabalho muito pouco não dou muito importância sobre esta questão

 

6° Entrevistada Relatou que não trabalha muito sobre a sexualidade, e quando aborda sempre é muito rápido, pois ela considera esse um assunto difícil de ser trabalhado com crianças menores. Em relação à religião, ela considera esse um assunto de extrema importância, tanto para os alunos como para os professores, ela geralmente trabalha esse tema através de diálogo com os alunos, e às vezes ela leva vídeos locados sobre o tema. A cultura afro-brasileira é trabalhada através de leitura de livros didáticos e logo após acontece uma roda de conversa.

            Após nossas observações e entrvistas analisamos que, a diversidade pode ser trabalhada tanto em artes como na literatura, ou em qualquer outra disciplina.

            É preciso haver políticas publicas que promovam a qualificação de forma a garantir que tais temas sejam trabalhados com segurança e seriedade nas escolas, não adianta estar no currículo e na pratica haver tanta insegurança no por parte dos docentes, em suma acreditamos haver despreparo, não por culpa dos profissionais, e sim pela falta de discussões para capacitar esses professores.

            Contudo concluímos que a educação, como mecanismo de transmissão e reprodução do conhecimento tem um papel fundamental na socialização de práticas e informação sobre as questões tratadas pelos temas da diversidade cujo eixo fundador baseia-se na garantia dos direitos fundamentais e na dignidade humana, condições essenciais para o enfrentamento as desigualdades. A educação como um direito fundamental, precisa ser garantido a todos e todas sem qualquer distinção, promovendo a cidadania, a igualdade de direitos e o respeito à diversidade sociocultural, étnico-racial, etária e geracional, de gênero e orientação afetivo sexual. Devemos respeitar e valorizar a diversidade dos alunos, exigindo assim, que a escola crie espaços inclusivos.

            Dessa forma, inclusão significa que não é o aluno que se molda ou se adapta à escola, mas a escola consciente de sua função que se coloca a disposição do aluno. As escolas inclusivas devem reconhecer e responder às diversas dificuldades de seus alunos, acomodando os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade para todos mediante ao currículo. Apropriando modificações organizacionais, estratégias de ensino, recursos e parcerias com a comunidade. A inclusão, na perspectiva de um ensino de qualidade para todos, exige da escola novos posicionamentos que implicam num esforço de atualização e reestruturação das condições atuais, para que o ensino se modernize e para que os professores aperfeiçoem-se, adequando as ações pedagógicas à diversidade dos aprendizes.

            Deste modo, pode-se dizer que a escola inclusiva é aquela que acomoda todos os seus alunos independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais ou linguísticas. Seu principal desafio é desenvolver uma pedagogia centrada no aluno, e que seja capaz de educar e incluir além dos alunos que apresentem necessidades educacionais especiais, aqueles que apresentam dificuldades temporárias ou permanentes na escola, os que estejam repetindo anos escolares, os que sejam forçados a trabalhar, os que vivem nas ruas, os que vivem em extrema pobreza, os que são vítimas de abusos e até mesmo os que apresentam altas habilidades como a superdotação, uma vez que a inclusão não se aplica apenas aos alunos que apresentam alguma deficiência. Para incluir a escola precisa, primeiramente, acreditar no princípio de que todas as crianças podem aprender e que todas devem ter acesso igualitário a um currículo básico, diversificado e uma educação de qualidade.

            As adaptações curriculares constituem as possibilidades educacionais de atuar frente às dificuldades de aprendizagem dos alunos e têm como objetivo subsidiar a ação dos professores. Constituem num conjunto de modificações que se realizam nos objetivos, conteúdos, critérios, procedimentos de avaliações, atividades e metodologias para atender as diferenças individuais dos alunos. Assim sendo, é preciso desenvolver uma rede de apoio (constituída por alunos, pais, professores, diretores, psicólogos, terapeutas, pedagogos e supervisores) para discutir e resolver problemas, trocar idéias, métodos, técnicas e atividades, com a finalidade de ajudar não somente aos alunos, mas aos professores para que possam ser bem sucedidos em seus papéis.

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CONSIDERAÇOES FINAIS

 

            Contudo consideramos que a educação, como mecanismo de construção do conhecimento tem um papel fundamental na socialização de práticas e informação sobre as questões tratadas pelos temas da diversidade cujo eixo fundador baseia-se na garantia dos direitos fundamentais e na dignidade humana, condições essenciais para o enfrentamento das desigualdades. A educação como um direito fundamental, precisa ser garantido a todos sem qualquer distinção, promovendo a cidadania, a igualdade de direitos e o respeito à diversidade sociocultural, étnico-racial, de gênero e orientação afetivo sexual. Devemos respeitar e valorizar a diversidade dos alunos, exigindo assim, que a escola crie espaços inclusivos.

            Os educadores devem estar dispostos a romper com paradigmas e manterem-se em constantes mudanças educacionais progressivas criando escolas inclusivas e de qualidades, trabalhando com as diversidades sejam elas quais forem. Essas estratégias para a ação pedagógica no cotidiano escolar são necessárias para que a escola responda não somente aos alunos que nela buscam saberes, mas aos desafios que são atribuídos no cumprimento da função formativa de educação, num processo democrático, reconhecendo e valorizando a diversidade, como um elemento enriquecedor do processo de ensino e aprendizagem.

            Portanto, incluir e garantir uma educação de qualidade para todos os alunos é uma questão de justiça e equidade social. Nesse sentido implica na reformulação de políticas educacionais e de implantação de projetos educacionais inclusivo, sendo o maior desafio estender a inclusão a um maior número de escolas, facilitando incluir todos os indivíduos em uma sociedade na qual a, diversidade está se tornando mais normal do que exceção.

 

 

 

 

BIBLIOGRAFIA

 

BRASIL. Comitê Nacional de Educação de Direitos Humanos. Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República-Ministério da Educação-Ministério da Justiça, 2007.

Cidadania, Orgulho, Respeito, Solidariedade e Amor-CORSA. Educando para a Diversidade osGLBTsna escola. Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros. Secretaria Especial dos Direitos Humanos.

MUNANGA, Kabengele. Apresentação, in:- Superando o racismo na escolar. 3. Ed. Brasília: Ministério da Educação. 2001.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 





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