UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CAMPOS UNIVERSITARIO DE CÁCERES “JANE VANINI”
DEPARTAMENTO DE PEDAGOGIA
DISCIPLINA: PESQUISA E EDUCAÇÃO
7º SEMESTRE
DOCENTE: Dr. ELIZETH GONZAGA DOS SANTOS LIMA
DISCENTES: Carla Fabiane Pantaleão
Gleice B. C. Poquiviqui
Icelli Rosa dos Santos
Regina da S. Carvalho
Rosana da Cruz Alves
Sandriele Ortega Dias
QUAIS TENSÕES, CONFLITOS E
CONTRADIÇÕES ESTÃO PRESENTES NO CONTEXTO DA ESCOLA, RELATIVO À DIVERSIDADE
CUITURAL E NO CURRICULO ESCOLAR?
Cáceres-MT/2012
INTRODUÇÃO
A
pesquisa em educação deve partir do conhecimento cotidiano vivenciado pelo
aluno, onde pode se desenvolver de maneira lógica racional, o pensamento
reflexivo contribuindo para o desenvolvimento de sua razão para os fatos e a
resolução dos problemas práticos. No entanto se torna necessário a busca de
alternativas para que os professores formem adultos críticos e éticos capazes
de respeitar e conviver com as diferenças existe em nossa sociedade. Porém se entendermos o espaço escolar como
um espaço destinado a embates ou discussões, e se acreditarmos que o fazer
pedagógico é uma ação de política cultural, podemos defender a idéia que a
escola é uma local privilegiado para a ampliação das habilidades e capacidades
humanas, de modo a contribuir para que os diferentes indivíduos que nela
desempenham seus papéis sociais possam elaborar suas intervenções na formação
de suas próprias cidadanias, trabalhar a diversidade é excessivamente
importante para formação do caráter do ser humano.
DIVERSIDADE, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO.
Estimular
e compreender a diversidade presente em nossa sociedade é um grande desafio que
se faz presente, principalmente na educação. Nesse contexto, nós educadores,
temos a tarefa de mostrar no ambiente escolar as contribuições positivas que os
alunos podem trazer, envolvendo toda a comunidade escolar e estimulando o
debate para a construção de uma escola realmente para todos. Uma educação sem fronteiras e
que trabalhe no sentido de entender as diferenças existentes, não é tarefa
fácil, requer preparo por parte do professor, uma vez que para lidar com as
adversidades é necessário compreender como elas se manifestam e em que
contexto. Entretanto o professor que acolhe seus alunos, sendo um professor
reflexivo que percebe e respeita as diferenças de cada um, constrói um ambiente
de igualdade, sem fronteiras e propicia uma segurança que refletirá em um
melhor e maior aprendizado.
Ao
questionar a educação e sua aplicabilidade, o papel do docente face às
transformações sociais é principalmente a real necessidade da consciência do
educador na sua ação docente. As diferenças oferecem uma grande oportunidade
para o aprendizado, oferecendo recursos livres, abundantes e renováveis. A
diversidade, em suas múltiplas formas, é celebrada em instituições de ensino
com características inclusivas. As oportunidades de se capitalizar os
benefícios da diversidade não devem somente ser focalizadas nos alunos. Por
tanto a educação em direitos humanos é destinadas, a estarem presentes em todas
as atividades humanas, no cotidiano de cada individuo, para informar a todos
sobre seus direitos e responsabilidades, assim todos os ambientes sociais se
tornam importantes a realização desse senso humanitário e as escolas têm grande
parte, nessa prática.
Assim a escola tem como função
social, de disseminar e sistematizar, os conhecimentos historicamente,
elaborados e compartilhados por uma determinada sociedade, neste sentido
segundo a autora Silveira, afirmar que a educação comporta processos
socializadores, de uma cultura em direitos humanos com a capacidade de formar
os sujeitos na perspectiva de se tornarem agentes de defesa e de proteção dos
direitos humanos.
É
preciso que se promova a ruptura do processo de reprodução das estruturas
excludentes que nos cercam e, de certa forma, nos sufocam de preconceitos. Para
reconhecer e assumir a diversidade há de se redimensionar o olhar, desalojando
o instituído. Olhar a diferença no sentido de perceber que ela rotula, marca,
discrimina, é tão importante quanto olhar para além da diferença, não
permitindo que ela se coloque como poderosa força de exclusão não permitindo
que o aluno conviva com o diferente, respeitando as diversidades existentes na
escola, na sociedade, até mesmo no ambiente familiar.
Que
possamos fazer parte do grupo de pessoas preocupadas em combater a lógica da
cultura do preconceito, que desejam a ruptura dos processos de reprodução
ideológica, a desconstrução das verdades instituídas e o desafio de lutar por
uma sociedade e uma escola melhor para todos. Para o trabalho ser bem sucedido,
as diferenças devem ser reconhecidas como um recurso positivo, pois somente
assim estaríamos requerendo a mudança dos paradigmas que ainda estão longe
dessa percepção. O termo diversidade diz respeito à variedade e
convivência de idéias, características ou elementos diferentes entre si, em
determinado assunto, situação ou ambiente.
A idéia de diversidade está ligada
aos conceitos de pluralidade, multiplicidade, diferentes ângulos de visão ou de
abordagem, heterogeneidade e variedade. E, muitas vezes, também, pode ser
encontrada na comunhão de contrários, na intersecção de diferenças, ou ainda,
na tolerância mútua. No campo do Pensamento humano, a diversidade filosófica e
a diversidade de opiniões ou pontos de vista sobre certo assunto; no campo da
Antropologia Cultural, a diversidade de hábitos, costumes, comportamentos,
crenças e valores, e a aceitação da diferença no outro (chamada de alteridade).
A religião é um assunto de extrema
importância a ser trabalhado em sala de aula um campo amplo da diversidade. Nos
últimos 200 anos, novos movimentos religiosos floresceram. Nunca houve tanta
diversidade de correntes religiosas como agora. Em países que receberam
múltiplas influências culturais, como o Brasil, é sempre difícil respeitar o
que não conhecemos. E, quando tratamos do complexo mundo das crenças,
experimentamos dificuldades de compreensão, entendimento e respeito às
religiosidades alheias. Daí a importância do diálogo, pois é ele que nos
permite a troca, o conhecimento e o reconhecimento das vivências religiosas dos
outros.
É
que, tanto no senso comum como em muitos circuitos intelectuais, essas
religiões não desfrutam do mesmo status de outras – por exemplo, o
catolicismo, cuja história tem sido fartamente registrada e, em muitos casos,
divulgada nas escolas como parte dos currículos de algumas disciplinas oficiais
ou como matéria principal do ensino religioso facultativo. (Ibidem)
l
Por outro lado, a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (LDB) explicita que o ensino religioso nas escolas
de Ensino Fundamental é parte integrante da formação básica do cidadão, tendo
matrícula facultativa e devendo ser multiconfessional, o que significa que
todas as religiões devem ter as mesmas oportunidades de estudo. O período em
que as aulas devem ser ministradas não foi definido formalmente. O ideal é que
elas aconteçam no turno inverso ao das aulas regulares.
Entre
os especialistas, esse tema gera um embate. Há os que defendem que os
estabelecimentos públicos não podem servir de espaço para a pregação religiosa
e os que argumentam que a escola tem a obrigação de oferecer tal ensino dentro
da proposta curricular regular. Esse debate continua em curso e acaba
potencializado pelas diferentes interpretações da lei. "Definições sobre a
forma de financiamento, perfil dos professores, horário das aulas e conteúdo a
ser trabalhado ficaram, sob responsabilidade dos sistemas de ensino, estaduais
e municipais”, Segunda a autora Lúcia Lodi, do Ministério da Educação
(MEC). Explica que dessa forma, os
profissionais da educação peçam informações para saber como organizar o ensino
religioso em sua unidade, evitando ações sem respaldo legal. É importante, de
qualquer maneira, refletir sobre seu papel na construção da espiritualidade dos
estudantes. “Uma coisa é certa: o respeito mútuo, a não violência e a
compreensão não têm relação direta com a religião”. São valores que podem ser
ensinados independentemente de crenças.
Ao questionar nas escolas temas
sobre gênero e sexualidade o assunto é abordado de maneira cuidadosa pela
questão de serem conteúdos amplos, muitos professores não se sentem preparados
para relacionar esses temas em seus trabalhos docentes, principalmente quando
se trata de alunos das series inicias (1° ao 5°) ano, na nossa observação nos
constatamos que alguns profissionais de educação não se comprometem, ou não se
sentem capazes ou à vontade para tratá-lo de forma adequada e aberta com seus alunos.
A escola tem como responsabilidade
prezar pela saúde de seus alunos e, sobretudo, formar cidadãos conscientes,
críticos e responsáveis, tanto em uma dimensão individual quanto social. A
educação sexual, no meio escolar, é um componente primordial para a construção
desse cidadão, bem como na prevenção de agravos à saúde e à integridade física
e mental dos estudantes, desconstruindo mitos, tabus e preconceitos. De acordo
com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), visando uma educação voltada para
a construção da cidadania, propõem, em forma de temas transversais, a inclusão
da orientação sexual no currículo escolar. Neles, a sexualidade é considerada
como algo inerente à vida e à saúde, e deve ser entendida como um processo de
intervenção pedagógica, que tem como objetivo transmitir informações e
problematizar questões a ela relacionadas, crenças posturas, tabus e valores.
O
educador, atento às manifestações anteriormente citadas, pode, ainda, ajudar a
criança e o adolescente a se prevenirem ou se libertarem de uma situação de
violência ou de abuso sexual. Pois certas atitudes do estudante são como um
grito de socorro, que grande parte os educadores não consegue ouvir, devido aos
preconceitos e à ignorância diante de determinados comportamentos relacionados
à gênero e sexualidade.
Portanto, se os gestores, em todas
as instâncias, assumissem o compromisso de fortalecer a implantação dos
projetos preconizados pelas políticas públicas em educação e saúde, haveria a
garantia de uma educação libertadora baseada na cidadania, na democracia, na
igualdade e na justiça social. Os educadores não deveriam, porém, esperar as
condições ideais de trabalho para impulsionar as transformações na abordagem
integral do educando e a escola deve buscar meios de desenvolver com êxito o
seu importante papel na formação do estudante.
A
questão racial é conteúdo obrigatório no currículo escolar. A Lei 10.639, de
2003, decretou a inclusão do ensino da História e da cultura afro-brasileiras
no Ensino Fundamental e Médio. E a lei passou a valer para todos os níveis da
Educação Básica com a instituição das Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação das Relações Étnico-Raciais. Nos como educadoras devemos ter como
principal o objetivo de não, desprezar um determinado tipo de cultura ou dizer
que uma é melhor do que outra. "Cabe à escola dar oportunidade para todos
conhecerem a cultura afro e entenderem que ela faz parte da cultura
brasileira",
A escola é hoje um local ideal para
promovermos um encontro de direitos, como de pais, alunos, professores,
servidores, gestores e colaboradores da comunidade. É um ponto ideal para um
estágio de sociabilidade. E isto pode definir como encontro de diversidades. De
acordo com Santos (2005, p. 14), “A discriminação racial se reproduz em vários
contextos sociais das relações entre negros e brancos”. Nesse contexto a escola
não se encontra isenta dessas reproduções. Muito embora ela não Seja meramente
reprodutora de tais relações, acaba por refletir as tramas sociais existentes
no espaço macro da sociedade.
Conhecimentos e habilidades: compreender os direitos humanos
e os mecanismos existentes para sua proteção, assim como incentivar o exercício
de habilidades na vida cotidiana; valores, atitudes e comportamentos:
desenvolver valores e fortalecer atitudes e comportamentos que respeitem os
direitos humanos; ações: desencadear atividades para formação, defesa e
reparação das violações aos direitos humanos. (PNEDH, 2007, p.23)
Neste sentido as constantes
situações de discriminação e preconceito constatadas no dia a dia provocam em
nós inquietações e mostram a necessidade de buscar explicações. Não é fácil
encontrar respostas claras e diretas para entender essas situações, devido à
complexidade que envolve este tema, mas elas podem fornecer pistas e
entendimentos que ajudarão a melhorar o trabalho no cotidiano escolar. Onde o
papel do professor e da família é desenvolver metodologias, participativas e de
construção coletiva, assim fortalecendo as praticas individuais e coletivas que
gerem ações e proteção da defesa dos direitos, humanos, articulando-se no contexto
escolar, para promover uma formação de uma consciência cidadã, capaz de se
fazer presente nos níveis cognitivos, social, ético e político.
ENTERVISTA COM PROFESSORES DO
1° AO 5ºANO SOBRE DIVERSIDADE NA ESCOLA
Metodologia:
Os critérios metodológicos da
pesquisa foram observações e entrevista estruturadas em questões abaixo
elencadas dirigidas aos professores do ensino fundamental do 1º ao 5º durante o
período de estágio em duas escolas, sendo uma estadual e a outra municipal.
Como eixo da entrevista:
Como é que os professores estão trabalhando a
diversidade cultural no currículo escolar relacionado à:
•
Livros Didáticos;
•
Orientações sobre
Sexualidade;
•
Gênero;
•
Afro Brasileiro;
•
Indígenas;
•
Religiosidade.
1° Entrevistado- São poucos os livros que vem
relacinando a questão da diversidade, quando se trata da sexualidade, é
complicado, pois os alunos interpretam de outra maneira. A religião esta sendo
inserida, ainda somente ataves do dialogo (cristã e não cristã). Quanto questão
racial existem conflitos entre os alunos, mas eu como educador procuro amenisar,
no entanto não foi trabalhado, nenhum tipo de filme relacionado a questão
racial.
2º Entrevistada- Pouco se trabalha a questão da
sexualidade e diversidade, pois são temas delicados que exigem cuidado ao serem
inseridos nas aulas, ainda mais se tratando de crianças de series iniciais. Já
quando se trata de religião e questão racial existe aulas de ensino religioso, que
abordam alguns temas sobre religião mas é bem superficial, já sobre racismo tem
as aulas de historias, os livros didaticos, mas não entram a fundo nesse
assunto, a questão de genero se trabalha mais com a individualidade meninas
para um lado e meninos para outro, cada qual no seu espaço.
3° Entrevistada- Uso coleção, mas no momento
não me lembro do nome da coleção, a sexualidade quando percebida tenta esclarecer
de maneira sútil ou de forma bem sucinta não falando abertamente para não
provocar espantos, no gênero conto histórinhas retratando que meninos devem
embelezar as meninas, porque elas são as flores do jardim e os meninos são
inteligentes, e são as crianças que se separam na sala, quanto a questão étnica
racial trabalho normal como se todos fossem iguais, a sala não demonstra
discriminação, a religiosidade não olho isso, mas dou vital importância para o
relacionamento entre eles.
4° Entrevistada- Sexualidade: é trabalhado o respeito,
responsabilidade e os cuidados com o corpo.
Gênero: fala apenas a questão da separação do banheiro, e que um deve
respeitar o espaço do outro.
Afro brasileiro: é trabalhado mostrando que somos todos iguais índios,
afro-decendentes, brancos e pardos.
Religião: fala de todas as religiões cristãs, não fala da religião não
cristã
5° Entrevistada- Trabalho muito poucpo poís os
livros não contém muita coisa sobre a diversidade. A respeito da sexualidade
somente entre conversa.
Gênero: trabalho com eles de forma de filas meninos de um lado e meninas
do outro racial: conteúdo oral, exemplo: não chamaros colegas por apelidos.
Religiosidade: trabalho muito pouco não dou muito importância sobre esta
questão
6° Entrevistada Relatou que não trabalha muito sobre a
sexualidade, e quando aborda sempre é muito rápido, pois ela considera esse um
assunto difícil de ser trabalhado com crianças menores. Em relação à religião,
ela considera esse um assunto de extrema importância, tanto para os alunos como
para os professores, ela geralmente trabalha esse tema através de diálogo com
os alunos, e às vezes ela leva vídeos locados sobre o tema. A cultura afro-brasileira é trabalhada através de
leitura de livros didáticos e logo após acontece uma roda de conversa.
Após nossas observações
e entrvistas analisamos que, a diversidade pode ser trabalhada tanto em artes
como na literatura, ou em qualquer outra disciplina.
É preciso haver políticas publicas
que promovam a qualificação de forma a garantir que tais temas sejam
trabalhados com segurança e seriedade nas escolas, não adianta estar no
currículo e na pratica haver tanta insegurança no por parte dos docentes, em
suma acreditamos haver despreparo, não por culpa dos profissionais, e sim pela
falta de discussões para capacitar esses professores.
Contudo concluímos que a educação,
como mecanismo de transmissão e reprodução do conhecimento tem um papel
fundamental na socialização de práticas e informação sobre as questões tratadas
pelos temas da diversidade cujo eixo fundador baseia-se na garantia dos
direitos fundamentais e na dignidade humana, condições essenciais para o
enfrentamento as desigualdades. A educação como um direito fundamental, precisa
ser garantido a todos e todas sem qualquer distinção, promovendo a cidadania, a
igualdade de direitos e o respeito à diversidade sociocultural, étnico-racial,
etária e geracional, de gênero e orientação afetivo sexual.
Devemos respeitar e valorizar a diversidade dos alunos, exigindo assim, que a
escola crie espaços inclusivos.
Dessa
forma, inclusão significa que não é o aluno que se molda ou se adapta à escola,
mas a escola consciente de sua função que se coloca a disposição do aluno. As
escolas inclusivas devem reconhecer e responder às diversas dificuldades de
seus alunos, acomodando os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem e
assegurando uma educação de qualidade para todos mediante ao currículo.
Apropriando modificações organizacionais, estratégias de ensino, recursos e
parcerias com a comunidade. A inclusão, na perspectiva de um ensino de
qualidade para todos, exige da escola novos posicionamentos que implicam num
esforço de atualização e reestruturação das condições atuais, para que o ensino
se modernize e para que os professores aperfeiçoem-se, adequando as ações
pedagógicas à diversidade dos aprendizes.
Deste
modo, pode-se dizer que a escola inclusiva é aquela que acomoda todos os seus
alunos independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais,
emocionais ou linguísticas. Seu principal desafio é desenvolver uma pedagogia
centrada no aluno, e que seja capaz de educar e incluir além dos alunos que
apresentem necessidades educacionais especiais, aqueles que apresentam
dificuldades temporárias ou permanentes na escola, os que estejam repetindo
anos escolares, os que sejam forçados a trabalhar, os que vivem nas ruas, os
que vivem em extrema pobreza, os que são vítimas de abusos e até mesmo os que
apresentam altas habilidades como a superdotação, uma vez que a inclusão não se
aplica apenas aos alunos que apresentam alguma deficiência. Para incluir a
escola precisa, primeiramente, acreditar no princípio de que todas as crianças
podem aprender e que todas devem ter acesso igualitário a um currículo básico,
diversificado e uma educação de qualidade.
As
adaptações curriculares constituem as possibilidades educacionais de atuar
frente às dificuldades de aprendizagem dos alunos e têm como objetivo subsidiar
a ação dos professores. Constituem num conjunto de modificações que se realizam
nos objetivos, conteúdos, critérios, procedimentos de avaliações, atividades e
metodologias para atender as diferenças individuais dos alunos. Assim sendo, é
preciso desenvolver uma rede de apoio (constituída por alunos, pais,
professores, diretores, psicólogos, terapeutas, pedagogos e supervisores) para
discutir e resolver problemas, trocar idéias, métodos, técnicas e atividades,
com a finalidade de ajudar não somente aos alunos, mas aos professores para que
possam ser bem sucedidos em seus papéis.
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CONSIDERAÇOES FINAIS
Contudo consideramos que a educação,
como mecanismo de construção do conhecimento tem um papel fundamental na
socialização de práticas e informação sobre as questões tratadas pelos temas da
diversidade cujo eixo fundador baseia-se na garantia dos direitos fundamentais
e na dignidade humana, condições essenciais para o enfrentamento das
desigualdades. A educação como um direito fundamental, precisa ser garantido a
todos sem qualquer distinção, promovendo a cidadania, a igualdade de direitos e
o respeito à diversidade sociocultural, étnico-racial, de gênero e orientação
afetivo sexual. Devemos respeitar e valorizar a diversidade dos
alunos, exigindo assim, que a escola crie espaços inclusivos.
Os
educadores devem estar dispostos a romper com paradigmas e manterem-se em
constantes mudanças educacionais progressivas criando escolas inclusivas e de
qualidades, trabalhando com as diversidades sejam elas quais forem. Essas
estratégias para a ação pedagógica no cotidiano escolar são necessárias para
que a escola responda não somente aos alunos que nela buscam saberes, mas aos
desafios que são atribuídos no cumprimento da função formativa de educação, num
processo democrático, reconhecendo e valorizando a diversidade, como um
elemento enriquecedor do processo de ensino e aprendizagem.
Portanto,
incluir e garantir uma educação de qualidade para todos os alunos é uma questão
de justiça e equidade social. Nesse sentido implica na reformulação de políticas
educacionais e de implantação de projetos educacionais inclusivo, sendo o maior
desafio estender a inclusão a um maior número de escolas, facilitando incluir
todos os indivíduos em uma sociedade na qual a, diversidade está se tornando
mais normal do que exceção.
BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Comitê
Nacional de Educação de Direitos Humanos. Plano Nacional de Educação em
Direitos Humanos. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República-Ministério da
Educação-Ministério da Justiça, 2007.
Cidadania, Orgulho, Respeito, Solidariedade e Amor-CORSA. Educando para
a Diversidade osGLBTsna escola. Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros. Secretaria Especial dos Direitos Humanos.
MUNANGA,
Kabengele. Apresentação, in:- Superando o racismo na escolar. 3. Ed. Brasília:
Ministério da Educação. 2001.
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