sábado, 5 de julho de 2014

RESUMO DE CAPITULOS DO LIVRO ANTROPOLOGIA: DIVERSIDADE E EDUCAÇÃO DE MARIA DE LURDES BANDEIRA CAPITULO 2 - A DIMENSÃO CULTURAL DA SALA DE AULA ECapitulo 3 – A DIFERENCIAÇÃO ÉTNICA-CULTURAL COMO FATOR DE INSUCESSO ESCOLAR

RESUMO DE CAPITULOS DO LIVRO ANTROPOLOGIA: DIVERSIDADE E EDUCAÇÃO DE MARIA DE LURDES BANDEIRA

CAPITULO  2 - A DIMENSÃO CULTURAL DA SALA DE AULA

A passagem da vida familiar para a vida escolar é uma experiência marcante para a maioria das crianças
EM SUA CASA
A criança vive num meio familiar que ela percebe e em que ela se percebe, tendo consciência de si na relação com a realidade desse meio familiar.
Suas referencias, seus valores, sua visão de mundo, permitem-lhe uma representação de mundo e de si, cujos focos de significação são compartilhados.
Essas referencias e os vínculos que constroem permitem a certeza do seu enraizamento cultural                         (p.18)
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Sua casa e a família são, na maioria das vezes, formam um local onde a criança se sente protegida.
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NA ESCOLA
A criança vai se defrontar com um meio cultural mais amplo
Com um mundo com referencias e valores diferenciados,
Um meio social com focos de significação dominantes, nem sempre iguais aos de seu meio familiar.
O confronto com essa realidade pode ser uma experiência gratificante ou aversiva
Na escola, a criança pode se sentir estimulada ou oprimida                       (p.18)

A SALA DE AULA
Reproduz, em nível micro, o universo significativo da cultura como dimensão do processo cultural.
No micro universo da sala de aula
Os recortes das diversificações internas da sociedade vão sendo percebidas e internalizadas
È regido por normas, por normas que estabelecem limites.
Ocorre o deslocamento dos significados do meio familiar, o professor é identificado com a autoridade e os colegas são identificados como pares.

A sala de aula de aula além de lugar de aprendizagem escolar, é também lugar de aprendizagem social.
A criança aprende a se comportar, discrimina as expectativas do professor, dos pares, da própria família e se esforça para responder a elas.
Dos processos de interação emergem novas regras. Procura a convergência entre essas regras e as do meio familiar e muitas vezes verifica divergências  (p.18 -19)
Certas regras ora tem validade ora não, dependendo das circunstancias.  Percebe, com mais clareza a manipulação.
A criança enfrenta novas exigências e novos conflitos

NA INTERAÇÃO                               (p.19)
A criança apreende intenções e cada vez mais os papeis e as representações das diferenças assumem importância nos processos de discriminação
Os seus quadros de referencia e os de seus pares apresentam, ou não, pontos de convergência e para muitas crianças apresentam uma dolorosa divergência com os quadros dominantes de referencia.

A sala de aula é palco de conflito de valores
As diferenças raciais, as diferenças de origem regional, ou de origem urbano-rural, enfim as diferenças étnico-culturais configuram conflitos de valores de pertencimento, interferindo no reconhecimento reciproco entre os colegas da classe, podendo assumir feição limite de processos de rejeição, de discriminação.
A criança é colocada face a face com uma imagem que o espelho desses processos reflete de si, distanciada e deformada em relação à própria auto-imagem, levando-a a desejar ser diferente do que é, ou seja, não ser o que é.  (p.19)

O modo como a escola se define como instrumento de hegemonia cultural, pressiona os alunos em direção à aceitação.
A manifestação de resistência (ativa ou passiva) é asfixiado.
O aluno aprende, a duras penas, a distancia social entre ele e os outros.
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O texto segue apresentando analise de livros didáticos.
                - concepção ente cidade grande e cidade pequena        (p.20)
                - representação da zona rural (p.21)
                - reprodução animal      (p.24)
                - Higiene e saúde            (p.25)
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O livro didático, porem não é o vilão exclusivo, da educação escolar.
Parte significativa da questão passa pela Cultura da Escola                         (p.26)

CULTURA DA ESCOLA                    (p.26)
Cultura da escola, isto é, pela tradição cultural desenvolvida pela escola.
Na Cultura da Escola, os programas desempenham papel crucial. Eles são o suporte da educação escolar reduzida a um processo de transmissão de uma listagem de conhecimentos, de conteúdos programáticos.
Não se tem claro que os temas listados nos programas escolares são objetos de diferentes abordagens, sob o enfoque de diferentes orientações teóricas                               (p.27)
A cultura da escola privilegia a aula em si
A questão da avaliação é uma questão interdita, objeto de tensões, de insegurança. Esta longe de ser consensual


O caráter elitizante da sala de aula e da educação escolar
A superação do mesmo ainda é um processo em curso
A permanência do caráter elitizante da sala de aula e da educação escolar se expressa:
                - na aula improvisada
                - na falta de identidade da escola
                - inexistência de projeto pedagógico próprio fundado nas raízes culturais de seus alunos
                - na valorização do ornamento e da aparência
                - numa pratica educativa de ensaio e erro, exercitada sobre o vazio.
                - num ensino de fachada, que se repete indefinidamente.
                - num ensino retorico, sem vinculações com a pratica.
                - num ensino atomizado, sem articulações com a vivencia do aluno.

A escola não se constituindo em uma instituição democrática de transmissão de ensino, produziu uma cultura burocrática de ensino.                          (p.28)
A ação pedagógica se orienta no sentido de percepção da educação e do ensino como técnica de transmissão de produtos reproduzidos. (p.29)

A escola espelha a falta de uma politica de educação.  Não lhe são asseguradas as condições básicas de trabalho                          (p.29)

As instalações da escola, o projeto de arquitetura [quase] não muda de município para município, mesmo quando mudam as características ambientais, sociais e culturais dos mesmos                                    (p.30).
A escola é projetada e construída com espaço e instalações semelhantes aos de qualquer repartição publica e sua rotinas burocráticas

O Mobiliário, é o mesmo: quadro de giz na parede, carteiras, mesas e cadeiras para os funcionários [carteiras para os alunos e alunas], uma e outra estante.
Biblioteca, laboratório, salas especiais para atividades de educação artística não são projetados como se fossem ornamentos dispensáveis [sic indispensáveis].
Livros, microscópios, mapas, reagentes não são pensados como materiais escolares indispensáveis                    (p.30)

Os professores [e as professoras] são levados pelas circunstancias de trabalho, a cair na rotina. Seus salários são baixos, suas condições de exercício profissional são aviltantes.

A burocratização do ensino acabou gerando a barbarização da escola publica.
Os movimentos populares foram a única instância da sociedade civil a denunciar o sucateamento da escola publica e a reivindicar seu resgate e uma educação publica de qualidade.
Mas sua voz ainda não encontrou ressonância na sociedade, que ainda não se mobilizou integralmente para essa luta.

A resistência dos movimentos populares à cultura burocrática e estetizante da escola publica é o solo de onde vem brotando uma contracultura da escola de transmissão e construção do saber, de formação para a vida, para o exercício da cidadania.  (p.31)


Capitulo 3 – A DIFERENCIAÇÃO ÉTNICA-CULTURAL COMO FATOR DE INSUCESSO ESCOLAR
Constatação de grande numero de reprovação de crianças índias e de crianças negras.

A tendência nacional verificada no final dos anos oitenta pelo Censo Demográfico e a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios é que em cada 1.000 crianças negras que ingressam na escola apenas 60 conseguem concluir o 1º grau.                 (p.34)

[Pergunta e reflexão da autora sobre esses dados]
Esses dados mostram uma correlação entre diferenciação étnica-cultural e a repetência escolar, convidam-nos a refletir.  Como explica-la? 
Está claro que a diferença é foco de insucesso escolar, mas essa tendência ao insucesso é gerada na diferença em si ou no modo como a escola lida com ela?
Representações coletivas sobre os negros e sobre os índios [indígenas]                             (p.34 e 35)
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Fazer ligação com a parte “Explicações para as desigualdades de desempenho escolar” p. 13 -15 do texto A Pedagogia das Diferenças de Marli André.

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[RESPOSTA DA AUTORA AS SUAS REFLEXÕES E PERGUNTAS]
O problema, na verdade, não se coloca na diferença em si, negros e índios têm as mesmas capacidades ou incapacidades de aprendizagem que os brancos possuem.
A dificuldade de aprendizagem para negros e índios é engendrada em nível do distanciamento social e cultural que o meio escolar lhes impõe.
Crianças negras e índias não se vêem refletidas no meio escolar.  Aos problemas e as dificuldades que todos os alunos enfrentam, somam-se a hostilidade, a discriminação, o desprezo, a humilhação, o desenraizamento cultural, a opressão que tornam a escolaridade uma experiência dolorosa, aversiva, frustrante, incapacidade.
A diferenciação étnico-cultural como fator de insucesso escolar coloca o desafio de se pensar a educação dos negros e a educação indígena.

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
BANDEIRA, Maria de Lurdes. Antropologia: Diversidade e Educação. Fascículo 4. 2.ed.rev. Cuiabá: EdUFMT, 2002.

ANDRE, Marli . A Pedagogia das Diferenças. In:_____. (Org.) Pedagogia das diferenças na sala de aula. Campinas: Papirus, 1999.

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