quarta-feira, 21 de maio de 2014

Anotações e resumos sobre Evolução Social e Evolucionismo Linear

EVOLUÇÃO, EVOLUCIONISMO

EVOLUÇÃO        Existência de vários sentidos, na antropologia, biologia, sociologia, economia etc.
No Dicionário Aurélio (1999, p.855).
1 – passagem sucessivas de coisas, pessoas, acontecimentos.
2 – Movimento ou deslocamento gradual e progressivo em determinada direção.
7 - progresso
9 - Antrop. Processo que, segundo certas teorias, determina o surgimento de novos elementos socioculturais (técnicas, formas de organização social, crenças, costumes, conhecimentos etc.), mais complexos e diferenciados, como resultado de adaptações e modificações continuas e progressivas de elementos anteriores, mais simples.

10 - Biol. Processo de formação  ou surgimento de novas espécies de seres vivos, por processos naturais, a partir de espécies preexistentes ( Opõe nesta acepção a criacionismo)

A Concepção Evolucionista tem hipóteses para
- a origem do universo (sol, estrelas, planetas) à partir do “Big Band”
- origem do Planeta Terra
- Origem da vida no planeta Terra
- origem dos seres humanos a partir de uma gradual transformação , no decorrer de mihares de anos, de hominideo a ser humanos (Homo sapiens).

Não é objetivo da Antropologia Cultural, que é a base do nosso curso, de discutir a teoria do surgimento e evolução do universo, da terra, e dos seres vivos na terá.
Textos e filmes podem ser vistos à partira da Internet.
Origem da Vida e dos Seres Humanos
WIKIPEDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Evolu%C3%A7%C3%A3o_da_vida_e_forma%C3%A7%C3%A3o_da_Terra >. Acesso em: 24 maio 2012.
Origem da Vida
WIKIPEDIA. Disponivel em:< http://pt.wikipedia.org/wiki/Origem_da_vida >. Acesso em: 17 maio 2012.

Filmes
RELAÇÃO DE FILMES SOBRE A ORIGEM DO  UNIVERSO, DO SOL, DOS PLANETAS E DA TERRA
Podem ser acessados no You Tube
A Origem do Mundo – filme de 2 horas

A Origem do planeta  Terra – documentário completo

A Origem da Terra   (filme mais detalhado)
Parte 1

Parte 2

Parte 3

Parte 4

EVOLUCIONISMO           Dicionário Aurélio (1999, p.855 – 856).
2 - “Antrop. Perspectiva teórica segundo a qual os fenômenos sociais e culturais da vida humana estão sujeitos a leis gerais de transformação, análogas e complementares às da evolução biológica, e que determinam o surgimento de formas mais complexas a partir de formas mais simples e a crescente diferenciação entre as varias sociedades e culturas [...]”.
3- Antrop. Corrente ou escola antropológica do século XIX que pressupunha a existência de uma ordem imanente na história da humanidade, concebendo como uma serie de estágios sucessivos de desenvolvimento social, na qual os povos ditos primitivos [...] figuram como remanescentes de etapas mais atrasadas, e as sociedades europeias como o ápice da evolução humana [social, cultural, econômica etc.].

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Anotações baseadas no texto
BANDEIRA, Maria de Lourdes. Antropologia: Conceitos e abordagens. Cuiabá: Ed. UFMT, 1995, fascículo 2.

Abordagem Evolucionista
A Antropologia surgiu como ciência no século XIX em um momento de efervescência na Europa, que em parte influenciaram nas primeiras teorias desta ciência.

Contexto da época
A generalização do conceito de evolução das espécies que provocou:
                - a superação das explicações sobrenaturais dos eventos biológicos e dos eventos culturais;
                - um grande debate entre os defensores da concepção de que o universo, a natureza e os seres vivos foram criados por Deus [ou seres sobrenaturais em culturas não cristãs] e os defensores da ideia do evolucionismo;
                - uma reação contra o Evolucionismo que tinha uma dimensão filosófica religiosa e uma dimensão psicológica;

Dimensão filosófica- religiosa
- opera a dessacralização da origem transcendental do mundo e dos seres humanos, mexendo com as explicações religiosas sobre de onde vieram e para onde vão os seres humanos, o que abala a toda a construção religiosa do mundo e da existência, gerando uma insegurança para a sociedade da época;

Dimensão psicológica
A vaidade humana é ferida, pois o homem perde a sua posição de rei e de senhor da criação, para tornar-se simplesmente um entre as múltiplas possibilidades do resultado do processo evolutivo.
Exemplos de Evolucionismo Cultural
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Marconi e Presotto - Modelo de sequencia evolucionista de uma sociedade                    p.100
Baseado em épocas da Cultura:
Indústria dos seixos                                      pre -paleolítico
Indústria da Pedra Lascada                         Paleolítico Inferior
Indústria Lâmina esquívola                         Paleolítico Médio
Indústria Folha Foliácea                                               Paleolítico Médio
Idade do Osso                                                 Mesolítico
                               ------------------------
10.000 anos
Pedra Polida                                                     Neolítico
Idade dos Metais                                           Cobre
                                                                              Bronze
                                                                              Ferro
                                                                              Prata e Ouro
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Mello Quadro da evolução das sociedades humanas                     p.152
Idade da Pedra
                               - Paleolítico                        Pedra Lascada
                               - Mesolítico                      
                               Neolítico                             Pedra Polida
Idade dos Metais
                               - Bronze
                               - Ferro                                                                 (período Clássico: Roma, Grécia).
Poderíamos acrescentar
                               Período Feudal
                               Período Capitalista
                               Período Socialista
                               Período Comunista
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Morgan Evolução das sociedades humanas, tendo base à organização familiar.
Promiscuidade -> Matriarcado -> Patriarcado

Morgan, Evolução das sociedades humanas, tendo como base o progresso técnico da humanidade                     p.40
Estagio                                                Grau                                     Desenvolvimento
                Selvagem (Selvageria)                                                 
                                                                              - Baixo                  invenção da Linguagem
                                                                              - Médio               uso do machado [de pedra]
                                                                              - Alto                    invenção do arco e da flecha
                Bárbaro               (Barbárie)         
                                                                              Baixo                    invenção da cerâmica
                                                                              - Médio               uso de pastoreio, agricultura, irrigação.
                                                                              - Alto                    domesticação do ferro
                Civilização           (Civilizado)
                                                                               - Baixo                  invenção da escrita
                                                                               - Médio               invenção da pólvora e da bussola
                                                                                                              do papel e da imprensa
                                                                               - Alto                    invenção da maquina, da indústria.

Os evolucionistas utilizando seus sistemas de evolução, enquadrávamos povos primitivos ainda existentes (exemplo: povos indígenas sul-americanos, povos negros africanos) dentro de estágios anteriores da evolução das sociedades europeias.
Exemplo – povos indígenas no estágio de Selvageria
                 Alguns povos negros africanos no estágio de Barbárie
Contribuições do Evolucionismo                                             p.41
- tornou a cultura um objeto cientifico, ou seja, um fenômeno que pode ser observado, analisado, interpretado;
- a utilização da Metodologia Comparativa para analisar e explicar os fenômenos culturais, permitindo fazer generalizações e saltos indutivos para culturas presentes, passadas ou futuras;

Criticas ao Evolucionismo                                          p.43
- estava impregnado da ideologia eurocêntrica, pois considerava a Europa como o modelo do estágio superior de desenvolvimento de uma sociedade humana e ponto final a ser atingido por diferentes povos do mundo;
- ao definir com objeto de estudo os povos não europeus (sociedades fora da civilização) colocava-se a serviço do Colonialismo [que queria conhecer e dominar estes povos e “eleva-los” ao estágio civilizado”];
- forneceu justificativa teórica para o Colonialismo;
- utilização de dados fragmentados, coletados sem critérios, provenientes de fontes diversas [pesquisador não ia a campo, utilizava dados provenientes de religiosos, administradores colônias, viajantes etc. “estudo de gabinetes”] para fazer as classificações do estagio de desenvolvimento de povos não europeus;
- todas as culturas passariam por mesmas etapas [no passado seguidas pelas sociedades europeias]. O Chamado EVOLUCIONISMO LINEAR.
- o Evolucionismo Vulgar [vulgarização das concepções estereotipadas do evolucionismo] deu origem a uma infundada relação entre raça e desenvolvimento.
Europeus -> raça branca mais desenvolvida
Africanos-> raça negra menos desenvolvida
Raça Branca é mais desenvolvida e espelha biologicamente o grau mais alto de evolução [cultural]

[A concepção evolucionista vulgar [ou linear] nega a unidade psíquica dos seres humanos [mesma capacidade de evoluir culturalmente] defendida pelo Evolucionismo Cientifico]  p.42

                Bibliografia
BANDEIRA, Maria de Lourdes. Antropologia: Conceitos e abordagens. Cuiabá: Ed. UFMT, 1995, fascículo 2.
MARCONI, Marina de Andrade; PRESSOTO, Zélia Maria Neves. Antropologia: Uma Introdução. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1987.
MELLO, Luiz Gonzaga de. Antropologia Cultural: Iniciação, Teoria e Temas. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1986

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa. E.ed. ver. Ampli. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

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