Inventores e Inventoras Negros
Por: Nelson Pascarelli Filho
Uma das opções para se
ensinar Ciências, é através de sua História.
No nível fundamental
consegue-se motivar o aluno pesquisando-se quando foram inventados os objetos
de uso cotidiano: Rádio, batedeira, TV, DVD, aspirador de pó, absorvente, papel
higiênico, pasta de dentes e medicamentos - antibióticos, analgésicos, soros e
vacinas, entre outros.
O contexto histórico
amplia-se quando a pesquisa também se articula com os fatos políticos e
culturais que ocorreram no surgimento da invenção.
Por exemplo, em 1923
Garret Augustus Morgan, inventor afro-americano nascido em Kentucky, patenteou
o semáforo automático. Nesse mesmo ano é fundada a primeira estação de rádio do
Brasil; em 9 de novembro, Adolf Hitler liderou o fracassado golpe contra o
governo Bávaro, Hitler e seus partidários são presos por traição.
Quando o grupo docente
está bem coordenado e compromissado com a proposta pedagógica que ele mesmo
delimitou, fica mais fácil realizar projetos inter e transdisciplinares: A
aprendizagem torna-se significativa.
Para o dia da
Consciência Negra, eu trabalhei com meus alunos as invenções e descobertas
feitas por cientistas afro-americanos.
A surpresa dos alunos
foi grande! Com esse conteúdo, didaticamente promove-se a alteridade em
oposição às mazelas do etnocentrismo e racismo, destruindo-se dialeticamente o
péssimo discurso que a TV brasileira faz: O negro existe para divertir o
branco.
Abaixo estão alguns cientistas
negros e suas invenções:
Alexander Miles, elevador;
Alice Parker, fornalha
de aquecimento;
C. J. Walker, artefatos
para cuidar do cabelo;
Charles Drew,
preservação estocagem de sangue, implantou o primeiro banco de sangue do mundo;
Dr. Daniel Hale
Williams, executou a primeira cirurgia aberta de coração;
Elbert R. Robinson,
bonde elétrico;
Dr. Ernest E. Just,
fertilização e a estrutura celular do ovo, mundo a primeira visão da
arquitetura humana ao explicar como trabalham as células;
Frederick Jones, ar
condicionado;
Garret A. Morgan, semáforo e primeira máscara contra gases;
George T. Samon, secadora de roupas;
John Love, apontador de
lápis;
William Purvis, caneta-tinteiro;
George Washington
Carver, métodos de cultivo que salvaram
a economia do sul dos Estados Unidos na década de 1920;
Granville T.
Woods, transmissor do telefone que
revolucionou a qualidade e distância que podia viajar o som;
Jan E. Matzelinger,
máquina de colocar solas nos sapatos;
John Standard, geladeira;
Joseph Gammel, sistema de supercarga para os motores de
combustão interna;
Lee Burridge, máquina de datilografia;
Lewis Howard
Latimer, filamento de dentro da lâmpada
elétrica;
Lloyd Quarteman, primeiro reator nuclear na década de 1930;
Lloyde P. Ray, pá de lixo;
Lydia O. Newman, escova para pentear cabelos femininos;
McCoy, sistema de lubrificação para máquinas a
vapor;
Dra. Patricia E.
Bath, dispositivo laser para cirurgia de
cataratas;
Dr. Philip Emeagwali,
computador mais rápido do mundo, 3,1 bilhões de cálculos por segundo,
possibilitando estudar o aquecimento global, as condições do tempo e determinar
como o petróleo flui sob a terra;
Percy L. Julian, o desenvolvimento do tratamento do mal de
Alzheimer e do glaucoma;
Philip Downing, caixa
de correio;
Raphael E.
Armattoe, encontrou a cura para a doença
do verme da água da Guiné com sua droga Abochi;
Richard Spikes, inventou a mudança automática de marchas;
Roberto E.
Shurney, pneumáticos de malha de arame
para o robô da Apolo XV;
Sarah Boone, tábua de passar roupas;
Thomas W. Stewart; esfregão para limpar o chão;
W. A. Lovette, prensa de impressão avançada;
John Burr, máquina de cortar grama;
William Berry, máquinas
de carimbo e cancelamento postal;
William Hinton, primeiro manual médico sobre a sífilis.
O pai da medicina não
foi Hipócrates, mas Imotep, médico negro que viveu dois mil anos antes do
médico grego.
Infelizmente, os livros
didáticos de Ciências que eu conheço não mencionam a contribuição dos
cientistas negros para a qualidade de vida da humanidade, perpetuando assim uma
educação nos moldes europeus, no qual o homem branco e cristão é paradigma de
beleza e verdade.
Para saber mais, indico
o livro: "Cientistas e Inventores Negros", Ava Henry e Michael,
Williams BIS Publications e o filme "Quase Deuses", dirigido por
Joseph Sargent, sobre a vida do Dr. Daniel Hale Williams.
NELSON PASCARELLI FILHO
Profissional bem
sucedido de formação eclética e holística. Conferencista. Consultor
Científico-Educacional. Escritor da FTD. Pós-Graduado em Microbiologia.
Graduado em Biologia, Filosofia e Psicologia. Psicanalista. Licenciado em
Ciências Naturais, Matemática e Biologia. Músico e Compositor Erudito. Piano,
Clarinete e Flauta Barroca. Diretor da Pascarelli Sciens, consultoria fundada
em parceria com alunos intelectualmente superdotados. 16 livros didáticos
publicados e adotados em todo o Brasil. Ciências, Sociedade, Trânsito e Meio
Ambiente. Professor Titular de Ciências Naturais da SME/SP Palestrante do
Rotary Club; Sieeesp; Aprofem/Abitep; Sinpeem/Ecoplan; Sinpros; Banco do
Brasil; Universidades São Judas Tadeu e Nove de Julho; diversas Secretarias
Municipais e Estaduais de Educação. Biografia na Wikipédia em educadores do
Brasil.
FONTE
Geledés Instituto das
Mulheres Negras. Disponivel em:<
http://www.geledes.org.br/patrimonio-cultural/literario-cientifico/ciencias/cientistas-inventores/655-cientista-e-inventores-negros
>. Acesso em: 23 abr. 2014
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