ANOTAÇÕES TEXTO “MULHERES E HOMENS”
WERNER, Dennis. Mulheres e Homens. In:____.Culturas Humanas: Comida,Sexo, Magia e outros assuntos antropológicos. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1990. cap. 6, p.82 -94.
Uso do argumento “legitima defesa da honra” para justificar assassinatos de mulheres por seus maridos (PP se forem de classe media ou alta) 84
Ações de Movimentos Feministas contra a violência cometidas contra as mulheres 82- 83
Tratamento de mulheres e homens em diferentes sociedades
Tratadas com violência e poucos direitos
índios Yanomanis 83-84
muçulmanos do Sudão 84
Desfrutando direitos, mas ainda existindo domínio masculino 84- 85
Os Ashanti (em Ghana)
Os Mendes (Serra Leoa)
Os Iroqueses (USA ou Canadá ?)
Com igualdade com os homens 85
Os Bontoc Ocidentais (Filipinas)
Baseado nestes dados surge a 1ª Pergunta do autor 83
Como se explicam essas diferenças no tratamento dos dois sexos em sociedades diferentes?
Quais os fatores que afetam o tratamento de mulheres e homens numa sociedade?
1- Genética (diferenças genéticas)
Lembrar que outros autores, por exemplo: Chinoy p.96- 99e p.104 - 106), neste caso se refere à relação entre Cultura e fatores biológicos (raça, sexo, necessidades fisiológicas- fome, sede, desejo sexual).
Concluiu que
Dada a sua diversidade a cultura não é moldada pela raça ou sexo. Ilustra suas idéias com exemplos relacionados à diversidade de famílias, crenças e praticas religiosas.
Afirma que outros fatos biológicos (fome, sede, [nascimento, morte]) proporcionam “pontos de referencias” (focos) em torno dos quais cada cultura resolve ao seu modo
Em todas as sociedades homens e mulheres têm papeis diferentes e seguem normas sociais diferentes, mas estas normas e papeis não dependem do instinto [aspectos biológicos], mas sim da sociedade e cultura em que vivem (p. 98 – 99)
Entretanto na parte em que discute a relação entre sexo e comportamento diferenciados de homens e de mulheres,
Afirma:
“A considerável variação nos papeis representados por homens e mulheres em diferentes sociedades parece indicar a possibilidade de que, excetuando o – se a gravidez, não há diferenças inerentes, de que a masculinidade e a feminilidade, os papeis masculinos e femininos, dependem tão-somente do que deles faz a cultura”
[determinismo cultural]
Entretanto, após apresentar diferenças de personalidade entre homens e mulheres, faz uma relativização de colocar unicamente a cultura como responsável pelos papeis diferentes entre homens e mulheres.
Ao afirmar que não se pode afirmar que todas as diferenças de papeis [e de status] entre homens e mulheres emanam somente da cultura. Não sabemos até que ponto – nem como – as características fisiológicas e anatômicas de cada sexo e os traços psicológicos que as acompanham, se é que há algum, modelam os papeis sociais (p. 105)
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Voltando ao texto.
Werner não apresenta outros fatores considerados como causadores das diferenças entre homens e mulheres.
Faz isso discutindo trabalhos masculinos e trabalhos femininos, diferenças de status entre homens e mulheres, violência contra mulheres e segregação entre homens e mulheres
-2 – Divisão Sexual do Trabalho
3 Status da mulher na sociedade
- poder político
- violência contra a mulher
- segregação entre homens e mulheres
Divisão Sexual do trabalho
Teorias que justificam essa divisão
-maior força física do homem
- a importância do cuidar das crianças
- razões econômicas
- eficiência (possibilidade de juntar com outras atividades)
- nomadismo
- tipo de agricultura extensiva ou intensiva
Cuidados com as crianças
Faz a mulher ficar impedida de participar de guerras [combates armados] e da caça, pois são atividades perigosas [mulher e crianças tornam-se mais vulneráveis]
Razões econômicas
Nas Tarefas realizadas em um mesmo local há um aumento da eficiência. [cuidar de crianças, da casa e serviços no quintal e com criações de pequenos animais]
Nomadismo
A explicação do porque em algumas sociedades as mulheres constroem casa e em outras sociedades não.
Casas da aldeia são construídas pelos homens. casas provisórias entre povos nômades são construídas pelas mulheres, pois os homens ficam mais livres para a caça e outras atividades consideradas mais importantes (p. 89)
Tipo de Agricultura (intensiva ou extensiva)
Na agricultura intensiva o trabalho é realizado pelos homens, porque as mulheres passam a terem outras atividades ou as atividades são aumentadas. Porque
Geralmente as lavouras são de cereais que necessitam de mais trabalho para serem preparados [serem moídos, mais água e lenha etc.]
As mulheres precisam se dedicar às outras tarefas exemplo fabricarem roupas
Têm mais filhos para cuidarem p. 90
Outra explicação nas sociedades com agricultura extensiva a guerra é feita pelos homens da aldeia.
Nas sociedades com agricultura intensiva existem exércitos profissionais e os homens passam a serem liberados para trabalharem nas lavouras p. 90
Status
[é a posição social que os indivíduos têm numa sociedade. São hierarquizados e determinam direitos e deveres diferentes para cada status]
O status das mulheres varia nas sociedades. Em algumas são mais valorizadas e em outras não.
As mulheres têm diferentes tipos de status (político, valorização da vida humana, direito de herança etc.), portanto para se analisar o status das mulheres na sociedade, devemos definir qual o tipo de status
Poder político
Existem duas teorias relacionadas ao acesso ao poder político pelas mulheres
Tempo dedicado a cuidar dos filhos
Controle da economia (da distribuição de alimentos)
Tempo dedicado a cuidar dos filhos
Quanto maior o tempo dedicado aos cuidados com os filhos, diminui o tempo para fazerem manter contatos com outras pessoas e conseqüentemente diminuem a possibilidade do acesso ao poder político
[mencionar o caso das mulheres políticas que cuja maioria alcança cargos políticos após criarem os filhos]
Controle da economia (da distribuição de alimentos) p. 91
Existem duas versões. Uma afirma que não existe correlação entre o poder político da mulher e sua contribuição a subsistência do grupo
Outra afirma que a o controle da distribuição de alimentos constitui uma pré –condição para a participação das mulheres na vida política
Violência contra as mulheres 92
Em algumas sociedades a violência contra as mulheres é intensa e em outras não (vimos nos exemplos no inicio do texto)
Pesquisas indicam que não existe relação entre o estupro contra as mulheres e a severidade da punição.
O estupro e violência contra as mulheres esta relacionada ao grau de violência na sociedade, quanto mais violenta ela é maior a violência contra as mulheres.
Segregação entre homens e mulheres 92 – 93
Em algumas sociedades as mulheres e os homens trabalham em conjunto (Bontoc ocidental). Em outras executam trabalhos distintos e não se juntam (exemplo Iroqueses)
As vezes esta separação deu-se a partir do tabu do sangue menstrual [considerado perigoso e que as vezes faz a mulher ficar segregada quando esta menstruada]
Os tabus de menstruação são mais comuns onde os homens não participam do nascimento das crianças, dos ritos pré-puberes das meninas nem dos tabus sexuais depois do parto
Os tabus de menstruação são mais freqüentes em sociedades guerreiras, pois onde a guerra é freqüente as mulheres e os homens trabalham e atuam politicamente em esferas distintas.
Alguns antropólogos consideram que o travestismo como uma conseqüência de uma divisão rígida entre homens e mulheres
Consideram que uma segregação exagerada entre homens e mulheres faz com que os rapazes que não se sentem em condições de cumprir o papel masculino-querreiro da sociedade são forçados a adotarem o papel de mulher p.93
Algumas feministas argumentam que o comportamento feminino exagerado dos travestis é um escárnio as mulheres. Entretanto as pesquisas indicam que os travestis são mais comuns nas sociedades onde as mulheres e os homens são menos segregados.
Parece haver mais tolerância para os travestis se os homens e as mulheres compartem mais a vida
BIBLIOGRAFIA
WERNER, Dennis. Mulheres e Homens. In:____.Culturas Humanas: Comida,Sexo, Magia e outros assuntos antropológicos. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1990. cap. 6, p.82 -94.
CHINOY, Ely. Sociedade: Uma Introdução à Sociologia. 3. ed. São Paulo: Cultrix, 1973
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