sexta-feira, 18 de maio de 2012

ETNOCENTRISMOS (ANOTAÇÕES SOBRE)


ETNOCENTRISMO E RELATIVISMO

Etnocentrismo
É uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência [...]” (ROCHA, 1986, p.7)

O choque gerador do Etnocentrismo nasce, talvez, na constatação das diferenças (p.8 – 9)
A diferença é ameaçadora porque fere nossa própria identidade cultural
O grupo do “eu” faz, então, da sua visão a única possível ou, mais discretamente se for o caso, a melhor, a natural, a superior, a certa. O grupo do “outro” fica, nessa lógica, como sendo engraçado, absurdo, anormal ou ininteligível.  (p.9)

O Etnocentrismo não propriedade de uma única sociedade. Mas na nossa sociedade revestiu-se de um caráter ativista e colonizador com que os mais diferentes empreendimentos de conquista e destruição de povos

[Lembrar dos ataques aos diferentes (índios, pobres, gays, nordestinos) mostrados pela imprensa nos últimos meses]
[Existência de níveis diferentes de Etnocentrismo] 
Exemplos de Etnocentrismo Leve (negação de discutir a diferença, piadas, falatório etc.) até ao Etnocentrismo Pesado (violências, expulsão, exclusão, morte)
O conceito de Etnocentrismo é mais amplo, abrangendo julgamentos de outras coisas do outro além da Cultura. Por exemplo: aparência, orientação sexual, alimentação,comportamento etc.
Ver paginas 18 a 20 do livro O que é Etnocentrismo

Etnocentrismo nos Meios de Comunicação
Na indústria cultural - TV, radio, revistas, publicidade, cinema, radio- são criados um enorme conjunto de “outros” que servem para reafirmar, por oposição, uma serie de valores de um grupo dominante que se auto – promove a modelo da humanidade.
Citar exemplos em programas de TV, publicidades, revistas etc.

Nossas próprias atitudes frente a outros grupos sociais com os quais convivemos nas grandes cidades, são muitas vezes, repletas de resquícios de atitudes etnocêntricas. Rotulamos e aplicamos estereótipos através dos quais nos guiamos para o confronto cotidiano com as diferenças. As idéias etnocêntricas que temos sobre as “mulheres”, os “negros”, os “empregados”, os “paraibas de obras”. os “colunáveis”, os “doidões”, os “surfistas”, as “dondocas”, os “velhos”, os “caretas”, os “vagabundos”, os gays e todos os demais “outros” com os quais temos familiaridade, são uma espécie de “conhecimento”, um “saber”, baseado em formulações “ideológicas”, que no fundo transforma a diferença pura e simples num juízo de valor perigosamente etnocêntrico” (ROCHA, 1986, p.18 – 20)

Estereótipo
É [..] uma tendência à padronização, com a eliminação das qualidades individuais e das diferenças, com ausência total do espírito critico nas opiniões sustentadas’
[...] É um modelo rígido e anônimo, a partir do qual são produzido, de maneira automática,imagens ou comportamentos”.
(SANT’ANA In: MUNANGA, 2001,p. 57)

Estereótipos podem ser positivos  exemplo: todo o alemão é inteligente, todo japonês é trabalhador
Ou pode ser negativo Exemplo – os matogrossenses são preguiçosos, comida boliviana é sem higiene.

Estereótipos objetivam
            Justificar auma suposta inferioridade
            Justificar a manutenção do status quo
            Legitimar, aceitar e justificar a dependência, a subordinação e a desiqualdade
(SANT’ANA In: MUNANGA, 2001,p. 58)

Posição perante a DIFERENÇA
- É pensada como esquisita,exótica, intolerável, [pecado]
- Pode nos surpreender, escandalisar, horrorizar, ou até nos encantar
- Provoca -> tensão, desconfiança, medo, pânico, repulsa, nojo, irritação, intolerância, aversão   (BANDEIRA, 1995, p.21)

” . A diferença nos incomoda, nos descentra, porque afeta nossas certezas, nossa segurança.
Julgamos sobre “o outro” a responsabilidade das diferenças, recusamos a considerá-lo igual. (BANDEIRA, 1995, p.21)
O Etnocentrismo é um pré-conceito étnico – cultural
Pode ocorrer numa relação entre povos ou no interior de uma mesma sociedade
O Etnocentrismo pode assumira expressão de extrema violência contra “os outros
Por exemplo – o racismo, a violência religiosa ,[a homofobia]    (BANDEIRA, 1995, p.21)


RELATIVISMO
Relativizar é não transformar a diferença em hierarquia, em superiores e inferiores ou em bem ou mal,mas vê-la na sua dimensão de riqueza por ser diferença.  (ROCHA, 1986,p.20)

Relativizamos quando
- Quando o significado de um ato é visto não na sua dimensão absoluta mas no contexto em que acontece;
- Quando vemos que as verdades da vida são menos uma questão de essência das coisas e mais uma questão de posição

Relativismo Cultural
[É negação do Etnocentrismo, ou seja, de julgar a cultura do “outro” tendo como referencia a nossa própria cultura.]
Deriva da constatação de que a avaliação de cada cultura e do conjunto das culturas existentes varia de acordo com a cultura da pessoa que faz a avaliação.

Os critérios que se usa para classificar uma cultura são culturais.  Ou seja, segundo essa visão, na avaliação de culturas e traços culturais tudo é relativo.

José Luiz dos Santos faz uma critica ao Relativismo Cultural, pois a história da humanidade demonstra que alguns países (no exemplo citado os países capitalistas centrais) possuem maior capacidade de produção material do que outros países [lembrar que conhecimento técnico faz parte da cultura].  Com base nesta superioridade conquistam e destroem povos e nações, fazendo com que sua civilização torne dominante a nível mundial (civilização mundial).

Na minha compreensão na história dos povos temos de “ver” a superioridade da cultura de povos diferentes (no mínimo a parte material e os conhecimentos tecnológicos), para entender a dominação de um povo por outro, e a hegemonia de um povo (lembrar que sempre é transitória)

A compreensão dessa civilização mundial exige o entendimento dos múltiplos percursos que levaram a ela.  O estudo das culturas e de suas transformações é fundamental para isso.   (p.17)

Considera que enfatizar a relatividade de critérios culturais é uma questão estéril quando se depara com a história concreta, que faz com que essas realidades culturais se relacionem e se hierarquizem.  (p.17)

Relativismo em relação ao preconceito étnico-cultural
Tese da unidade da especie humana
- A mesma origem,os seres humanos são da mesma espécie Homus Sapiens se cruzam e geram filhos férteis

As diferenças de traços externos entre as populações humanas,consideradas como diferenças raciais resultam de um longo processo de adaptações as condições especificas [diferentes condições do meio ambiente MAIS mutações]
(BANDEIRA, 1995, p.)

O Relativismo dá condições ao Antropólogo [as pessoas em geral]
- No estranhamento do familiar, do próximo, do conhecido (o olhar antroólogico)
- O Relativismo além do estranhamento e de não utilizar a nossa cultura como melhor ou superior às outras.  Exige algo além da neutralidade que é o comprometimento como o outro, ou seja a participação nos esforços de superação do processo de dominação [do racismo, intolerância religiosa,homofobia etc.]    (BANDEIRA, 1995, p. 30)

BIBLIOGRAFIA
BANDEIRA,Maria de Lurdes. Antropologia.: Cultura e Sociedade no Brasil. Cuiabá: Universidade Federal de Mato Grosso,1995.
MUNANGA, Kabengele (Org.). Superando o racismo na escola. 3.ed. Brasília:Ministério da Educação, 2001.
SANTOS, José Luiz dos. O que é Cultura. 9.ed. São Paulo:Brasiliense, 19—
ROCHA, Everardo P.Guimarães.  O que é Etnocentrismo. 3.ed. São Paulo:Brasiliense, 1986.


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