Anotações sobre o livreto “Diversidade Sexual na Escola”
Referencia
Bibliográfica
BORTOLINI,
Alexandre. Diversidade Sexual na escola. Rio de Janeiro: UFRJ, 2008.
Resumo elaborado por Antonio Eustaquio de Moura/UNEMAT,campus de Cáceres em 2012
Perguntas chaves
Como a escola
pode lidar com situações ligadas à orientação sexual dos alunos?
A sexualidade
dos alunos e alunas é um problema da Escola?
A discriminação
e a violência que sofrem os jovens homossexuais dentro da escola é um problema
da escola?
O que uma
professora ou um professor pode fazer diante de um ato de discriminação relacionado
à orientação sexual
O texto se
baseia nas atividades realizadas pelo projeto Diversidade sexual na escola/UFRJ
em escola do interior e regiões metropolitanas do Rio de Janeiro,ao longo de
2006 e 2007.
Sexualidade por todos os lados
Nos anos 1960,
teve inicio um processo de aprofundamento das mudanças sociais em relação ao
comportamento e a sexualidade. Os dois
movimentos que mais contribuíram para essas transformações foram o movimento
feminista e os movimentos gay e lésbicos.
Vivemos hoje um
momento de transição, de transformação dos paradigmas de comportamento sexual e
afetivo da nossa sociedade.
Como todo o
momento de transição a realidade de hoje guarda varias contradições.
Convivemos hoje com uma diversidade
sexual maior
Se mantém e até se reforçam atitudes
preconceituosas,discriminatórias e violentas de pessoas,grupos e instituições
conservadoras;
Este embate
entre o novo e o conservador,entre a conquista de direitos e a repressão [dos
novos direitos] ocorre em toda a parte: na família, no circulo de amigos, na
comunidade,no trabalho e é claro na escola.
Nesse contexto, a escola entendida como uma
instituição formada por seres humanos,país, mães, professores, alunos e
funcionários,muitas vezes não é vista como um lugar onde a sexualidade deva ser
expressada ou discutida. Em seu aparente silencio,na verdade,ela fala o tempo
todo sobre sexualidade.
[...] Para citar exemplos mais modernos, a divisão
por sexo nas aulas de educação física e os esportes atribuídos a meninos ou
meninas; as filas de meninos e de meninas na educação infantil; as distinções
sexistas de vestuário – meninos não podem usar brincos nem cabelos cumpridos; a
forma dos professores tratarem alunos homens ou mulheres,com rispidez ou com
delicadeza; a tolerância da violência,verbal e até mesmo física, entre meninos;
a preocupação constante com a manifestação da sexualidade das adolescentes [...]
Uma pesquisa da
UNESCO levantou que existem alguns pais que não querem a discussão direta sobre
sexualidade na escola,mais constatou ,também que a maior parte dos responsáveis
pelos alunos ,e a maioria de educadores e estudantes é favorável à discussão da
sexualidade na escola.
Duas visões de discussão da sexualidade na
escola
Nas escolas
[onde a discussão sobre a sexualidade existe] a um embate entre a visão “higienista e biologizante” onde
apenas o professor (a) de Ciências [ou de biologia] cabe a responsabilidade
detratar deste tema
De outro lado
existe a perspectiva interdisciplinar , onde a sexualidade deva ser tratada em
diferentes momentos e sob diferentes perspectivas em todos os aspectos (biológicos,
sociológicos, culturais,afetivos etc.) numa idéia de pluralidade e tolerância.
Mas o que orienta as posições institucionais
da escola?
Como cada estabelecimento se coloca diante da
sexualidade e, especificadamente, da diversidade sexual de seus/suas alunos/
alunas e professores/as?
Como cada escola lida com episódios de
conflito, de agressão e de discriminação?
A escola trabalha para a superação desses
preconceitos ou, ao contrário adota, nas suas práticas cotidianas,regras,
rótulos e posturas que tendem a reproduzir, afirmar e incrementar atitudes
discriminatórias, sexistas e homofobicas?
Conceitos
Como se dá o
gosto por alguma coisa [objeto,comida,tipo de trabalho, musica,filme, pessoas
etc.]
Os seres humanos não são completos em si
mesmos, e buscam prazer em muitas fontes externas – a gente viaja, come,
trabalha, estuda,vê filmes, tem filhos...
O porquê das pessoas terem vontades tão
variadas e as diferenças na sua realização é um complexo que combina elementos
culturais,biológicos e sociais. A
ciência ainda não dá conta dessas respostas.
Esses sentimentos são,direcionados a um
objeto externo a si mesmo, e não dizem respeito ao que a pessoa é ou o que
faz,mas é uma vontade subjetiva.
Uma das formas de encontrarmos prazer e
completude nas nossas vidas são o amor e o sexo.
Orientação
sexual e afetiva
[...] significa
a atração ,o desejo sexual e afetivo que uma pessoa sente por outras [...]
Tipos de
orientação sexual
Homossexual quem sente atração por pessoas do mesmo gênero
Heterossexual quem sente atração por pessoas do gênero oposto
Bissexual quem sente atração por pessoas de ambos os gêneros.
Existem grandes
diferenças entre pessoas heterossexuais e entre pessoas homossexuais
Podemos pensar a
existência de heterossexualidades e de homossexualidades
O desejo humano
pode ser como um gradiente que vai da homossexualidade absoluta à heterossexualidade
absoluta (com a bissexualidade exatamente no meio). A maioria dos seres humanos está localizada
dentro dessa gradação.
Conceito de
gênero
Diz respeito ao
conjunto das representações sociais e culturais construídas a partir da
diferença biológica dos sexos. (PARAMÊTROS CURRICULARES MNACIONAIS- Pluralidade
Cultural e Orientação sexual, 2.000, p.144).
Conceito de
identidade sexual
Difere da
orientação sexual e afetiva, que está diretamente relacionada ao meu desejo
pelo outro.
A identidade
sexual tem a ver como a pessoa se coloca diante da sociedade,com quais grupos,
representações e imagens eu me identifico e me reconheço.
Identidades
sexuais
Gay
Lésbica
Travesti
Transexual
Bissexual
Mulher heterossexual
Homem heterossexual
Homossexual masculino discreto [másculo, no armário, enrustido]
Mulher
homossexual discreta [feminina, no armário, discreta]
Estas
identidades não têm a ver só com a atração sexual e afetiva, mas ,mais do que
isso, têm a ver com um jeito de ser, de se sentir, de vivenciar o seu afeto, com
o compartilhamento de uma determinada cultura, música, lugares de encontro
[...]
Quatro conceitos
para entender a sexualidade humana.
Sexo, gênero,
orientação sexual, e afetiva, identidade sexual
A maioria de nós
quando crianças foi ensinada que só existiam duas possibilidades de combinações
destes conceitos:
Sexo:masculino +
gênero :masculino+orientação:hetero + identidade: homem hetero
Ou
Sexo:feminino +
gênero:feminino + orientação:hetero + identidade:mulher hetero
Mas existem
outras formas de combinação dessas características
Mitos e crendices sobre a homossexualidade
1 – Os homens
gays são mais sensíveis e ótimos amigos;
2 – Numa transa
entre dois homens, quem é passivo é mais homossexual do que quem é ativo;
3 – A
homossexualidade é uma opção devida, uma escolha
4 – Todo o homem
que faz sexo com outro homem é gay;
- homossexualidades temporárias
5 – Existe muita
promiscuidade entre nos homossexuais;
6 - O risco de
pegar AIDS é maior entre homossexuais;
7 – Os jovens
bissexuais na verdade estão passando por uma fase de indecisão. Logo vão optar por um lado ou pelo outro.
8 – Homossexuais
têm dificuldade de manter relações afetivas estáveis, como casamento, por
exemplo;
Outros
A) Homossexuais freqüentemente são pedófilos
B) Não conseguem se controlar, sentem
atração “por todo mundo”
C) A mulher lésbica é violenta
D) As mulheres lésbicas querem ser homens,
ou semelhantes aos homens
E) Uma mulher homossexual é assim, pois
nunca experimentou “um homem de verdade”
F) Os homens homossexuais fazem sexo Ana
G) Os homens homossexuais querem ser mulher
ou ficar semelhante a uma mulher
Problemas na escola
- violência
-apelidos
-aceitação
condicionada (ter de se portar bem)
- problemas com
religiosos fundamentalistas
- omissão dos
professoras/es nos casos de homofobia
- professores/as e funcionários da escola não capacitados
Ganhos
- uso do nome
social para os travestis e Transexuais
- uso do
banheiro feminino
- uso de roupas
femininas, ou masculinas
- Abrangidos/as
pelos Direitos Humanos
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